Editoria: Vininha F. Carvalho 13/10/2003
Apesar das dificuldades enfrentadas por todos os segmentos industriais no Brasil, a indústria de reciclagem das embalagens de PET cresceu 18% em 2002, comparado com o ano anterior.As recicladoras em operação no País geram muitos empregos: diretamente, são cerca de 2.000 pessoas empregadas nas recicladoras e, indiretamente, são mais de dez mil, entre catadores e sucateiros registrados. Entre trabalhadores não registrados – um número difícil de mensurar – estima-se pelo menos 500 mil pessoas dedicadas ao trabalho de coleta de materiais em todo o Brasil.
Esta evolução deve-se a dois fatores principais: por um lado há o trabalho de conscientização sobre o descarte de embalagens usadas por parte de governos, comunidades, organizações não-governamentais e entidades privadas espalhadas por todo o País, como a Abipet – Associação Brasileira das Indústrias do PET – que congrega os fabricantes da resina PET, fabricantes de embalagens de PET e os Recicladores das embalagens pós-consumo. Outro aspecto é o da constante pesquisa de desenvolvimento do mercado promovido pela indústria recicladora. São muitos segmentos que utilizam o PET reciclado como matéria-prima: desde fibras têxteis até novas embalagens para produtos não alimentícios.
As embalagens de PET são muito conhecidas pelas garrafas de dois litros de refrigerante, que hoje detém 70% desse mercado utilizando as garrafas de PET em diversas capacidades. O PET é uma resina termoplástica, um material atóxico e totalmente inerte, 100% reciclável. As características deste tipo de plástico proporcionam embalagens que se mostraram ideais para o mercado de bebidas e vem se expandindo com força para o setor de óleos comestíveis e de águas minerais. No entanto, devido às inúmeras qualidades e benefícios deste tipo de plástico – como moldabilidade, possibilidade de retampamento evitando desperdício do produto, transparência e resistência – têm atraído outros segmentos, tornando sua reciclagem cada vez mais importante, tanto do ponto de vista econômico quanto do ambiental.
Segundo o presidente da Abipet, Alfredo Sette, o Brasil absorve menos de 5% da produção mundial de PET. “Estamos na 33ª posição mundial em consumo per capita de embalagens de PET e, paralelamente à tendência de sua utilização em diversos segmentos, cresce a necessidade de se desenvolver programas de incentivo à reciclagem”. Os associados da Abipet representam 90% da indústria brasileira do setor e a entidade atua dentro dos conceitos da Responsabilidade Social e Proteção Ambiental, assuntos que são conduzidos dentro de Comissões Temáticas especialmente criadas. Através de programas de palestras, A Abipet leva capacitação a catadores de materiais recicláveis, professores e educação ambiental a alunos de todos os níveis.
Participação em ações por todo o Brasil, a instituição do Prêmio EcoPET de incentivo à reciclagem, além de constante interatividade com entidades congêneres, indústrias e órgãos governamentais são algumas das atividades que tornaram a ABIPET referência nacional para a indústria e reciclagem de embalagens de PET e na disseminação dos conceitos de educação ambiental.