Fiat comemora reciclagem de 16 mil toneladas de papel

Editoria: Vininha F. Carvalho 25/08/2003

Coleta seletiva de lixo e reciclagem de materiais foram os temas enfatizados pela Fiat Automóveis no Dia Mundial do Meio Ambiente, na quinta-feira (05 de junho). Para comemorar a data e reforçar a conscientização ecológica de seus empregados, a empresa promoveu uma série de palestras e apresentações sobre os temas, que tiveram como diferencial a presença de "Dona Aterro" e "Seu Lixão", personagens de uma peça teatral que foi encenada na linha de montagem.

A escolha do tema tem razão de ser. Primeira montadora brasileira de automóveis a ser certificada pela ISO 14001, em 1997, a Fiat Automóveis conseguiu reduzir em 32% a geração de resíduos por veículo e elevar para 92% o índice de reciclagem, eaproveitamento ou venda destes resíduos, para outra aplicação ambientalmente segura.

Ilha Ecológica

Grande parte deste trabalho ambiental está concentrado em uma área denominada "Ilha Ecológica", dentro da fábrica de automóveis, em Betim (MG).Lá, os resíduos industriais recicláveis são separados por categoria, armazenados e expedidos, tendo como objetivos o menor tempo possível de permanência e a melhor destinação do material, seja a reciclagem na própria ilha (como no caso do isopor) ou o encaminhamento para empresas recicladoras.

Desde sua implantação, em 1998, a Ilha Ecológica já possibilitou a reciclagem de 16 mil toneladas de papel e papelão, evitando a derrubada de uma floresta com 320 mil árvores. Foram recolhidas e encaminhadas para reciclagem 5.480 toneladas de plásticos diversos e 1.625 toneladas de isopor, quantidades equivalentes à utilização de 71 toneladas de petróleo como matéria-prima.

Atualmente, a Ilha Ecológica movimenta cerca de 7 mil toneladas, entre metais (principalmente aço, ferro fundido e alumínio), madeira, papel e papelão, plástico, isopor e óleo. A Ilha ainda recolhe e encaminha para reciclagem 2,5 mil lâmpadas flourescentes.

Além das grandes quantidades processadas, a Ilha Ecológica da Fiat destaca-se pelo pioneirismo na reciclagem de poliestireno expandido - mais conhecido como isopor. Tido inicialmente como material não reciclável e de longo tempo de decomposição pela natureza, o isopor apresenta também dificuldade de armazenagem e de transporte, diante do grande volume e baixa densidade.

A solução foi o desenvolvimento, em 1996, de uma máquina recicladora, que condensa o poliestireno, reduzindo-o a um volume significativamente menor (50 vezes), preservando sua composição química e praticamente sem perdas - apenas 0,3%.

O primeiro passo da reciclagem é a "quebra" do isopor em pedaços menores. Em seguida, o material é aglutinado, através de exposição ao calor e ao atrito. Já bastante adensado, o material é colocado na extrusora, onde é submetido a novo aquecimento, em temperaturas controladas, até seu "derretimento" (e não a queima). Nesse estado, o isopor é homogeneizado e transformado em filetes, na forma de "espaguete". Depois de resfriados e secos, os filetes passam por uma máquina de picotes, transformando-o poliestireno em grânulos.

O processo e o equipamento de reciclagem do isopor foram desenvolvidos na fábrica da Fiat em Betim pela empresa Valki Plásticos, de Louveira (SP), em 1996. Atualmente, a reciclagem é feita pela empresa Bemplast, de Betim, na própria Ilha Ecológica. O material reciclado é utilizado na fabricação de saltos de sapato, réguas, canetas, canaletas para fiação, caixas de CD`s, chaveiros, juntas de dilatação para pisos etc.

Indicadores ambientais

O Sistema de Gestão Ambiental (SGA) da Fiat foi responsável pela aplicação de US$ 90 milhões em investimentos, desde 1990, em projetos para preservação e melhoria do meio ambiente, segundo Ceueti Nakano, responsável pela Unidade de Energia e Ecologia da Fiat Automóveis.

Através do SGA, a Fiat implantou um complexo de nove unidades de tratamento de efluentes líquidos, instalou sistemas antipoluentes e equipamentos mais eficientes (com menor consumo de energia) e realizou um grande trabalho de sensibilização e conscientização dos empregados e fornecedores, com o objetivo de produzir automóveis com a mais avançada tecnologia, tanto no benefício direto do consumidor quanto na melhora das condições ambientais do processo industrial.

O resultado é medido por uma série de indicadores ambientais que colocam a fábrica da Fiat em Betim como uma referência mundial entre as montadoras

Água para uma cidade

A fábrica da Fiat em Betim é dotada de estações de tratamento para os efluentes líquidos gerados em seus processos, recirculando 92% dos efluentes industriais. Desde a implantação deste complexo, há cinco anos, o tratamento de efluentes da Fiat já economizou 7,5 bilhões de litros de água, "o, suficiente para abastecer uma cidade com cerca de 100 mil habitantes, durante um ano", revela Ceueti Nakano.

Ao todo, a Fiat investiu mais de US$ 20 milhões na construção de estações de tratamento de efluentes líquidos, que representam uma economia de US$ 3,5 milhões por ano. "O mais importante dessa política ambiental é o respeito à natureza e ao homem e os benefícios gerados para a sociedade", avalia Nakano.

Controle atmosférico

Para assegurar-se de que todas as emissões de gases na atmosfera estão sob controle e dentro dos padrões ambientais estabelecidos na legislação, a Fiat monitora as emissões mais representativas de seu processo produtivo, nas áreas de Funilaria, Pintura, Montagem e Engenharia do Produto.

A empresa é a primeira montadora do Brasil a eliminar totalmente as emissões de solventes oriundos dos fornos de secagem de pintura. Para isso, US$ 11,5 milhões foram investidos no sistema chamado de "pós-combustor", que promove a queima dos gases que contêm solventes orgânicos, transformando-os em gases inertes ao meio ambiente (não poluentes).

O Sistema de Gestão Ambiental da Fiat atua também no aumento da conscientização das empresas fornecedoras, com a exigência de comprovação de licenciamentos perante os órgãos fiscalizadores e a observância de suas práticas ambientais. "Trabalhamos também para sensibilizar os empregados para reduzir o desperdício em todas as áreas da empresa, desde os vetores energéticos - água, ar comprimido, energia elétrica, vapor e combustíveis - até seus hábitos pessoais", acrescenta Nakano.

Fonte: Comunicação Corporativa da Fiat