O barco Brasil 1alcança primeira vitória

Editoria: Vininha F. Carvalho 01/06/2005

Depois de oito meses de construção, o Brasil 1, primeiro barco brasileiro a disputar a Volvo Ocean Race, conquistou sua primeira vitória. Nesta semana, o veleiro de 70 pés, primeiro do gênero construído na América Latina, e todas as suas peças foram pesados. O conjunto ficou dentro das expectativas da equipe.

“Nosso trabalho foi muito cuidadoso e conseguimos incrementar o peso do bulbo em 3,2%. O bulbo mais pesado nos permitirá obter maior potência das velas, ganhando velocidade final. Isto pode nos dar algumas horas de vantagem ao redor do mundo”, afirmou Horácio Carabelli, diretor técnico do Brasil 1, após calcular o peso conjunto do barco (equipamentos eletrônicos e cabos, que ainda não foram instalados e foram pesados separadamente). “Estamos muito satisfeito com os resultados obtidos. Cumprimos nossos objetivos”, completa.

“Peso é um dos aspectos mais importantes da construção de um barco de competição como o Brasil 1. Quanto mais leve for a estrutura, mais peso poderemos colocar no bulbo da quilha (peça que garante estabilidade ao barco e fica embaixo da água). O Brasil 1 pode ficar mais rápido se fizermos um bulbo mais pesado”, afirma Alan Adler, diretor do projeto.

Carabelli, que está em Indaiatuba acompanhando a construção, explica que a equipe trabalhou para economizar o máximo possível em peso. “Todos os equipamentos do barco passaram por uma análise. Qualquer peça que pudesse ser substituída por um similar em fibra de carbono foi trocada. Até 100 gramas valeram a pena nesse processo”, conta.

No fim de semana passado foi realizada a pintura do casco, em azul e amarelo, as cores principais do Brasil 1. Foram cinco horas de trabalho no sábado e cinco no domingo. A montagem das ferragens do convés, que será pintado no próximo fim de semana, será concluída até sexta-feira. Também na sexta será realizada a usinagem do bulbo da quilha.

“O bulbo chega mais pesado do que vamos usar. Com o peso do barco definido, pudemos também calcular quanto iremos usar no bulbo”, explica Carabelli, lembrando que com os cuidados com o peso do barco, a peça poderá ser 3,2% mais pesada do que no plano inicial.

Toda a construção foi orientada para a economia de peso. Os materiais usados, fibra de carbono e nomex, são leves, além de muito resistentes. O interior do veleiro também não será pintado. O Brasil 1 deixa o estaleiro no dia 9 de junho, rumo ao Rio de Janeiro. Serão três dias de transporte rodoviário até a Marina da Glória. Na capital carioca, será montada a quilha e o mastro.

O Brasil 1, patrocinado por VIVO, Motorola, QUALCOMM, ThyssenKrupp, NIVEA Sun e Governo Brasileiro através da Apex (Agência de Promoção das Exportações do Brasil), Ministério da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior e Ministério do Turismo e apoio especial da Varig, será batizado no Rio de Janeiro, no dia 21 de junho.

A equipe está definida com o comandante Torben Grael, os brasileiros Marcelo Ferreira, Kiko Pellicano, João Signorini, André Fonseca e o reserva Eduardo Penido, a australiana Adrienne Cahalan, única mulher inscrita até agora na Volvo Ocean Race, os espanhóis Guillermo Altadill e Roberto Chuny Bermudez, o neozelandês Stuart Wilson e o norueguês Knut Frostad.

A Volvo Ocean Race começa em 5 de novembro, com uma regata local em Sanxenxo, na Espanha. A primeira perna terá largada em Vigo, também Espanha. A regata de volta ao mundo passa ainda por Cidade do Cabo (África do Sul), Melbourne (Austrália), Wellington (Nova Zelândia), Rio de Janeiro (Brasil), Baltimore, Annapolis e Nova York (Estados Unidos), Portsmouth (Inglaterra), Roterdã (Holanda) e Gotemburgo (Suécia).

Fonte: ZDL de Comunicação

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