Cicloturista brasileiro desbrava a Polinésia Francesa

Editoria: Vininha F. Carvalho 21/12/2004

Quando o cicloturista Marcos Aziz, 41 anos, apresentou um novo e ousado projeto de viagem ao departamento de marketing da Caloi, “Uma imersão na beleza e cultura das ilhas da Polinésia Francesa”, não imaginava que este seria, de longe sua maior e mais inesquecível experiência.

A preparação para esta viagem durou cerca de um 1 ano e meio, com planejamentos que envolveram, desde a definição dos pontos a serem percorridos, materiais a serem levados(o menor número possível de bagagem), até pesquisas sobre a cultura e sobre o dialeto polinésio.

“Foi providencial conhecer um pouco da língua dos polinésios. Eles ficavam surpresos quando me ouviam falando a língua deles. Acho que isso foi um fator preponderante para minha aproximação com os habitantes locais.”

Além de estudar as palavras básicas da língua nativa, Aziz afirma que “a proximidade foi possível também pela liberdade que só a bicicleta propicia de ir e vir, sem precisar de passagem, combustível,etc”. Seriam ao todo 15 dias e cerca de 870 quilômetros, tendo como companhia apenas uma Caloi Easy Rider, desenvolvida especialmente pela Caloi para o biotipo do aventureiro.

O modelo escolhido pelo atleta - Caloi Easy Rider, ideal para percorrer grandes distâncias, seja na cidade ou em trilhas leves, foi muito importante para a realização desta aventura. Ela é uma bike híbrida, que reúne características e componentes de montain bike, speed e de uma bicicleta de passeio.

O Aro 700, maior e mais fino que as bikes tradicionais, a suspensão especial e detalhes como selim de gel com visor e o guidão ergonômico, proporcionaram agilidade e conforto para que Marcos completasse o seu percurso.

“Meu único meio de transporte nas ilhas foi a bicicleta. Houve dias que percorri de 50 a 70 km sem parar. Se não fosse o conforto oferecido pela bicicleta, não agüentaria”, diz o cicloturista.

A aventura começou no dia 31 de outubro. O Taiti, composto por cinco ilhas e cinco atóis, a região mais importante e conhecida ilha da Polinésia, foi escolhido como primeiro destino.O Taiti é um território de Ultramar da República Francesa, semi-independente, dotado de estatuto de autonomia interna desde 1984. Conta com uma Assembléia territorial eleita por voto universal e com um presidente, também eleito pela Assembléia.

“Pedalei pela capital Papeete, onde se encontram os escritórios do governo e da administração, os bancos, centros de telecomunicação e hospitais. Tudo é muito bem equipado para o turista que chega na Ilha, já que é o turismo que impulsiona a economia local”, conta Aziz.

O próximo ponto a ser visitado de bicicleta foi Moorea, localizado a 17 km, ao noroeste do Taiti. Para se chegar lá, foram necessários 40 minutos de “Catamarã”, embarcação local super moderna e aconchegante, que abriga até um cinema com tela de cristal líquido.

“Moorea tem um perímetro de 60 km e foi possível percorrer a ilha de bicicleta em poucas horas”, relata Marcos, que ficou encantado com a paisagem colorida e totalmente deslumbrante que encontrou.

“A Ilha é um imenso jardim florido e o aroma das flores Tiere e Gardênia são inebriantes” relembra o ciclista. “Moorea é um lugar bem sossegado, bem diferente da badalada Papeete”. Possui cerca de 12 mil habitantes e quase metade da população tem menos de 20 anos. Seu relevo é predominantemente dominado por montanhas e silhuetas espetaculares, cujas ladeiras cobertas por florestas são refletidas nas águas cristalinas das bahias de Opumohu e Cook.

“Nesta Ilha, fiquei hospedado na boutique de pareôs de Nita Faraire, esposa do meu grande amigo brasileiro, Sérgio Macedo”.

Sérgio é cartunista, muito conhecido na Europa e mora em Moorea desde 1982. Já Nita é professora de danças folclóricas e também administra a boutique de roupas. “Acordava cedinho, pegava a bike e deixava a chave pendurada na porta, para quando Nita chegasse para trabalhar”, lembra saudoso.

Dando seqüência à viagem, o próximo lugar a ser visitado nessa expedição foi Tuamotu. “Lá,passei pelo atol de Rangiroa, o 2º maior atol do mundo, localizado a uma hora de Papeete e é praticamente desabitado. Possui mais de 200 ilhotas, que formam um anel em voltar de uma imensa lagoa”, descreve Marcos Aziz. Neste local, se encontra o ponto mais famoso do Pacífico Sul para a prática de mergulho. “Deixei minha magrela de lado e fui conferir a plataforma de corais, que fica a uns 50 metros de profundidade. Pude nadar lado a lado com tartarugas, arraias e golfinhos”. O local escolhido para encerrar a viagem com chave de ouro foi o Arquipélago das Marquesas, situado a 1500 km ao nordeste do Taiti. O conjunto de ilhas é constituído por seis ilhas habitadas ( Nuku Hiva, Ua Pou, Ua Huka, Hiva Ao, Tahuata e Fatu Hiva) e as outras dez ilhotas do arquipélago são completamente desertas.

“Até por ser um lugar muito isolado de tudo, tive a oportunidade entrar em contato com a autenticidade da cultura. Lá os costumes de raiz são bem preservados, as danças, os rituais, as festas nativas são animadas com rufar de tambores.”, conta Marcos.

“O privilégio de poder presenciar isto de perto é para poucos. Não é todo mundo que chega até as Ilhas do Arquipélago das Marquesas, dada a distância do Taiti”, conclui ele.

Com sua Caloi, Marcos fez um percurso pelo relevo acidentado cheio de vales de Nuku Hiva. As ruínas, o vasto litoral com pontos de mergulho e as regiões arqueológicas são bons lugares para se visitar.

A ilha possui 2.500 habitantes que sobrevivem da pesca, agricultura, artesanato ou pequenas atividades ligadas ao turismo.

“Aqui só aparecem os viajantes aventureiros que procuram por natureza e por atividades fora dos pacotes convencionais de viagem”, finaliza o esportista subsidiado pela Caloi, deslumbrado com as imagens que gravou memória.

A Polinésia Francesa

Situada entre a linha do Equador e o Trópico de Capricórnio, com um clima tropical quente e úmido, a Polinésia Francesa denominada pelos grandes exploradores como o “Paraíso sobre Terras”, compreende 118 ilhas, repartidas em cinco arquipélagos formados pelas ilhas da Sociedade, Tuamoru, Marquesas, Austrais e Gambier.

Todas são de origens vulcânicas ou coralíneas que, somadas, constituem um território, incluindo água e terra, de mais de 4 milhões de quilômetros quadrados, no meio do oceano Pacífico Sul. Isso equivale a metade do tamanho do Brasil ou quase a área da Europa.

Serviços

Visto: não é necessário

Moeda: Franco – francês do pacífico

Câmbio: R$ 1,00 = 34,10 francos franceses do Pacífico

Idioma: Francês e Italiano

Embaixada Brasileira em Papeete (Taiti): não existe

Vacina: contra a febre amarela

Ligações a cobrar para o Brasil: não é possível

Companhias aéreas: Lan Chile e Air Tahiti

Fonte: Ketchum Estratégia