Editoria: Vininha F. Carvalho 14/10/2004

As empresas de equipamentos para os segmentos de geração, transmissão e distribuição devem faturar em 2004 até R$ 1 bilhão a mais do que no ano passado. A Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) projeta um acréscimo de 10% a 20% no faturamento dessas companhias frente a 2003, quando o resultado total foi de R$ 5 bilhões.
A melhora do desempenho – de acordo com a Abinee – deverá ser um reflexo, principalmente, dos investimentos para implantação e reforço de linhas de transmissão. Já as vendas de materiais para as áreas de geração e distribuição tendem a subir por conta das obras de 13 hidrelétricas em construção e da demanda criada pelo programa Luz para Todos, do governo federal.
Projeções da Abinee, a partir de contratos já fechados, indicam que o Luz para Todos resultará numa demanda por equipamentos e materiais da ordem de R$ 1,7 bilhão nos próximos 18 meses. Nessa estimativa, entram 1,5 milhão de postes, 243 mil transformadores, 548 mil unidades de padrão de medição (medidores e disjuntores), 239 mil kits de instalação interna e 161 mil quilômetros de cabos.
A expansão do segmento de transmissão é atribuída às encomendas referentes ao leilão de linhas realizado no ano passado, assim como à retomada das obras de instalações que não integram a rede básica, as chamadas Demais Instalações de Transmissão (DITs). Só as obras das DITs devem totalizar cerca de R$ 350 milhões em investimentos até o final deste ano.
As perspectivas positivas para o segmento de transmissão se baseiam também no interesse dos investidores pelo leilão de 12 linhas que será realizado no próximo dia 30 de setembro. Os empreendimentos têm um prazo de entrada em operação estimado em 26 meses, com investimento previsto de R$ 2,1 bilhões.“As vendas de equipamentos para instalação dessas linhas que serão leiloadas devem ser realizadas já no início de 2005”, afirma Newton Duarte, diretor da área de Geração, Transmissão e Distribuição (GTD) da Abinee.
Na área de equipamentos para geração, o estímulo ao setor em 2004 virá da implantação das usinas hidrelétricas concedidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). As encomendas para os projetos de energia eólica, biomassa e pequenas centrais hidrelétricas selecionados pelo Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa)também devem impulsionar as vendas desse segmento.
O Proinfa estabelece a contratação de 3.300 megawatts (MW) de energia. “Empresas selecionadas já começaram a consultar as indústrias. Acreditamos que em três ou seis meses estaremos recebendo efetivamente esses pedidos”, afirma Newton Duarte.
O diretor da Abinee destaca ainda a importância do Programa Luz para Todos para incentivar a comercialização de materiais na área de distribuição de energia elétrica. “O início da execução do programa é uma ótima notícia para as empresas do segmento de distribuição”, afirmou Duarte.
Além do estímulo gerado por programas como o Luz para Todos e o Proinfa, o crescimento dos negócios de distribuição este ano conta também com os benefícios oriundos do aquecimento da economia brasileira. De acordo com a Sondagem Setorial da Abinee, o aumento de consumo de energia acabou impulsionando esse mercado.