Responsabilidade Social Corporativa além do voluntariado

Editoria: Vininha F. Carvalho 26/03/2015

Temos ouvido, lido e falado repetidas vezes a respeito da Responsabilidade Social que as empresas devem ter na condução de seus negócios.

Este é um termo muito usado hoje em dia, especialmente no âmbito corporativo, ainda mais quando as organizações em todo o mundo são impactadas pela reação da sociedade e pelas leis.

A Responsabilidade Social Corporativa é uma forma de gestão que define a relação ética e transparente da organização com suas partes interessadas e visa ao equilíbrio entre as dimensões social, ambiental e econômica.

Ou seja, é um modelo de gestão moderna que olha o lucro, mas não somente ele e que tem a preocupação de promover princípios mais abrangentes, tais como: a diversidade, a eliminação das desigualdades, a preservação ambiental, os preceitos dos direitos humanos, saúde e segurança.

Algumas vezes, a Responsabilidade Social é confundida com voluntariado. E, embora seja uma parte indiscutivelmente importante para esse processo, o voluntariado não pode e não deve ser encarado como o centro deste mecanismo de gestão.

Mas, de todo modo, devemos reconhecer que quando uma empresa apoia e promove ações deste cunho, ela desperta inúmeras vertentes positivas, tanto para seus empregados, quanto para a sociedade.

No caso do público interno, o voluntariado desperta o senso de pertencimento e responsabilidade enquanto cidadão, o respeito e orgulho de pertencer a uma organização que promove ações com objetivos maiores do que o desempenho financeiro e, finalmente, o protagonismo que gera motivação, ao fazer algo nobre pelo semelhante.

Já para a sociedade, os benefícios surgem por meio das ações que visam ao equilíbrio entre as desigualdades e pelo acesso a conhecimentos que, sem o voluntariado, seriam limitados.

Além disso, o voluntariado ajuda a despertar nos assistidos um senso de valorização do ser humano e de pertencimento a uma sociedade mais justa, o que, muitas vezes, restaura a fé e os desvia de caminhos que são, em muitos casos, de pouca perspectiva.

Apesar de tudo, o voluntariado completa uma parte da Dimensão Social, que compõe o Tripé da Sustentabilidade. Dentro desta dimensão, ainda temos outras ações igualmente importantes, como os cuidados com o público interno da organização e o trabalho voltado aos Direitos Humanos na Cadeia de Valor, por exemplo.

Em muitos momentos, percebemos que a própria denominação dos termos gera algum mal entendido, pois, Responsabilidade Social nos leva imediatamente a pensar na Sociedade Civil Organizada, assim como Sustentabilidade nos remete à preocupação com o Meio Ambiente.

Para entender que a Responsabilidade Social vai além de tudo isso, é importante ir fundo e identificar tudo o que a organização pode fazer em cada dimensão e junto a todas as partes interessadas.

No caso da Termomecanica, o modelo de negócios já parte de uma posição bastante peculiar. Trata-se de um modelo único no Brasil, em que uma empresa pertence a uma Fundação e não o contrário.

É nesse sentido que a transformação de metais não ferrosos na Termomecanica adquire um significado especial, na medida em que o resultado financeiro é revertido em programas e projetos que visam à transformação social.

Ainda assim, esta posição não nos isenta de olhar outros aspectos da Dimensão Social, como nossa Comunidade Interna (empregados, terceiros e familiares), além dos demais aspectos sensíveis, como a necessidade de forte trabalho na Cadeia de Valor e também de cunho ambiental.

Partindo deste pressuposto, nossa responsabilidade e nosso desafio são ainda maiores, pois a Fundação Salvador Arena já cobre muito bem os aspectos sociais voltados à Comunidade e à Sociedade Civil Organizada, com seus projetos de educação e assistência social.

Obviamente, no que toca à Responsabilidade Social cada empresa tem seus objetivos específicos, que devem sempre estar incorporados à estratégia. É preciso ainda que sejam voltados à manutenção do equilíbrio do Tripé da Sustentabilidade.

Por isso, a posição ideal é aquela que permite uma análise profunda, junto a cada stakeholder, a fim de não cair na armadilha de pender apenas para um lado do tripé, o que ainda é comum em muitas organizações.

Obviamente, essa é uma avaliação que cada organização deve fazer, levando em consideração seu contexto de gestão e de negócios, os aspectos mais sensíveis e que demandam ações imediatas ou aprofundadas.

Mas isso não nos isenta da obrigação de desenvolver um olhar e um trabalho global que resultarão em benefícios reais à sociedade e ao planeta.



Fonte: Maria Luzia de Almeida é Gerente de Comunicação e Responsabilidade Social da Termomecanica.