Água do Rio Paraíba não resolve problema de escassez

Editoria: Vininha F. Carvalho 07/11/2014

A possibilidade de captação de água da bacia do rio federal Paraíba do Sul para despejá-la no sistema Cantareira é uma solução provisória na opinião de Luiz Roberto Gravina Pladevall, presidente da Associação Paulista de Empresas de Consultoria e Serviços em Saneamento e Meio Ambiente (Apecs).

“É uma solução que já estava prevista em um estudo de aproveitamento de recursos hídricos para a macro metrópole paulista, mas não resolve o problema”, afirma.

Segundo ele, novos estudos do sistema de abastecimento da Grande São Paulo precisam ser realizados diante de novas variantes que surgiram nos últimos anos.

“A falta de chuvas deve ser levada em consideração na elaboração de novos estudos e projetos”, diz.

Para Pladevall, mesmo com a entrada em operação do sistema São Lourenço, em 2018, já licitado por meio de uma Parceria Público Privada (PPP), novas soluções devem ser buscadas.

“O sistema Cantareira abastece quase 50% da população da Região Metropolitana de São Paulo com vazão de 33 metros cúbicos por segundo. O São Lourenço terá apenas vazão de 4,7 metros cúbicos por segundo, que representa aproximadamente 15% do Cantareira”, explica.

O presidente da Apecs destaca ainda que não são apenas obras que devem ser realizadas para garantir o abastecimento da população.

“A lição de casa para todos é a economia de água, com as operadoras fazendo o seu trabalho com eficiência, a população sendo rigorosa com o gasto de água e as concessionárias reduzindo as perdas físicas”, destaca.

Pladevall ressalta ainda a importância de projetos para as necessidades futuras. Ele cita o estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que aponta o crescimento de 55% da demanda de água até 2050, como reflexo do aumento da população e uso dos recursos hídricos na produção de alimentos e no setor industrial.

“A disputa pela disponibilidade hídrica no planeta promoverá grandes conflitos neste século 21”, alerta.





Fonte: Edmir Nogueira