Práticas sustentáveis na hotelaria

Editoria: Vininha F. Carvalho 11/12/2014

Não há dúvidas de que nosso planeta mostra claros sinais de degradação ambiental e indícios de que os recursos naturais, tão comuns para nós, estão com sua disponibilidade ameaçada.

Com isso, os projetos que utilizam de forma inteligente a tecnologia com o objetivo de causar o mínimo impacto ao meio ambiente têm se tornado tendência no mundo da construção e o setor hoteleiro não fica de fora desse quadro.

O Brasil já é o 4º país no ranking mundial de empreendimentos “verdes”, segundo dados da Green Building Council (GBC Brasil), responsável por promover esse mercado no país. Perde apenas para os Estados Unidos, China e Emirados Árabes. Esse resultado teve início em 2006 quando percebemos o ‘boom’ imobiliário.

Nesse momento, sentimos a obrigação de investir, ainda mais, em produtos sustentáveis para continuar colaborando com o meio em que vivemos e atendendo o novo perfil de consumidor cada vez mais preocupado e engajado nesta causa.

Só pra se ter uma ideia de como a sustentabilidade virou um caso de amor para os consumidores: uma pesquisa realizada com 30 mil pessoas de 60 países, revelou que 55% delas estão dispostas a pagar mais por produtos e serviços de empresas comprometidas com a sustentabilidade.

A “geração do milênio” (que são pessoas entre 21 e 34 anos) é a responsável por movimentar esse mercado. Eles são mais atentos e cuidadosos quanto aos impactos sobre o ambiente e a sociedade.

As atitudes estão mudando e é preciso, sempre, que criemos tendências para sustentabilidade. Também é preciso entender que poupar os recursos seria a única forma de assegurarmos que eles continuarão a alimentar e a abastecer os seres humanos que habitarão o nosso planeta no futuro.



As empresas brasileiras estão buscando prédios com esse tipo de concepção e de eficiência e o consumidor, cada vez mais exigente, também quer transparência das corporações.

Sabemos que o custo inicial de uma obra sustentável com esse perfil é maior se comparado a um empreendimento convencional, em torno de 7 a 15%.

Por outro lado, quando terminado, os custos operacionais são menores, de 6 a 9%. Já que o consumo de energia é, em média, 30% menor; o de água reduz de 30% a 50%, além da própria valorização do imóvel.

Com a utilização de dispositivos economizadores de energia elétrica, sistema de aquecimento solar, utilização de grupo gerador para os horários de maior custo de energia, entre outros itens, os empreendimentos verdes têm, a partir do segundo ou do terceiro ano de uso, a economia acumulada na conta de energia compensando o custo inicial de implantação dos equipamentos, os quais possuem vida útil de cerca de 20 anos.

Para economia de água, existem dispositivos de controle, como vasos sanitários que podem economizar até 60% de água, chuveiros com controle de fluxo, além de reservatórios de retardo e reuso de água da chuva.

Não faltam tecnologias, é necessário planejamento. Um projeto bem elaborado e calculado utiliza melhor os materiais e pode, ainda, dar o destino correto ao resíduo produzido.

Porém, para a implantação de projetos sustentáveis, é necessário um estudo gparaarantia de rentabilidade do negócio, que inclui, entre outras estratégias, a economia de recursos, tanto na construção do empreendimento, quanto na operação do hotel.

Torcemos para que não seja apenas uma tendência passageira. A expectativa é que as pessoas adotem, cada vez mais, sistemas ambientalmente sustentáveis.





Fonte: Cecília Zon Rogério