Destinos gaúchos investem na atração de produções cinematográficas

Editoria: Vininha F. Carvalho 05/12/2014

Desde o final e novembro um comitê gestor coordenado pela Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI) tem se reunido para colocar em práticas as metas estabelecidas para a criação de uma Comissão de Filmes (film commisssion) estadual.

A ideia é dar visibilidade a cenários regionais por meio de produções audiovisuais, minisséries e filmes, para atrair cada vez mais visitantes ao Rio Grande do Sul.

O MTur apoia iniciativas neste sentido e disponibiliza em seu site uma cartilha que explica o tema turismo cinematográfico. Segundo a Agência Nacional de Cinema (Ancine) o setor de audiovisual movimenta mais de R$ 16 bilhões por ano e de acordo com um estudo do MTur, a adoção de políticas públicas integradas entre as produções de cinema e o turismo reforçam a divulgação do país.

A agência vai facilitar a pesquisa de produtores cinematográficos do Brasil e do mundo que busquem locações (cenários reais) para rodar filmes e séries de televisão, por meio de um banco de dados que inclua informações sobre geografia, cultura e etnias presentes nos municípios gaúchos.

“É, sem dúvida, uma maneira de fomentar o turismo e o desenvolvimento da mão de obra local, além de propagar a história e cultura, melhorando a autoestima da população de um destino”, diz o diretor de televisão e cinema, Federico Bonani.

Bonani diz que a sinergia entre indústrias de turismo e audiovisual beneficia a região. Diretor e produtor de diversos trabalho como Anahy de las Misiones (1997), rodado em Uruguaiana; Netto Perde sua Alma (2001), também filmado em Uruguaiana e em outros municípios da Região dos Pampas; e A Casa das Sete Mulheres (2003), gravada em Cambará do Sul, São José dos Ausentes, Pelotas e Uruguaiana.

A cidade de São José dos Ausentes, por exemplo, duplicou a quantidade de pousadas nos primeiros anos, e foi feita mais uma série de benfeitorias e investimentos em estrutura na cidade, graças à demanda de turistas, que ligavam para as agências de viagens dizendo que gostariam de conhecer o lugar onde foram feitas as cenas iniciais do filme.

A produção a Casa das Sete Mulheres também impulsionou o turismo na região do Aparados da Serra (RS). Segundo o representante da Secretaria Municipal de Turismo de Cambará do Sul, Kim Fonseca, o fato de a cidade de 6,5 mil habitantes ter servido como parte do cenário da minissérie “foi um marco” para a economia local.

“A procura do público foi grande e fomentou bastante os investimentos em turismo no município. Hoje, temos estrutura muito boa e recebemos muitos visitantes todos os anos”, disse o representante da setur local.

Segundo informações da ADGI, o portfólio gaúcho será dividido em nove regiões de acordo com características turísticas e culturais, com foco nos imigrantes que contribuíram para a formação dos municípios.

No catálogo, além de informações técnicas, ainda haverá imagens dos destinos, levantamento de custos para realizações no Estado (como alimentação, contratação de profissionais) e nomes de pessoas ligadas ao setor audiovisual.

O levantamento se torna um atrativo para a organização de trabalhos, pois facilita a busca por locações. Além disso a produção cinematográfica vende as paisagem e belezas das regiões e também revela a cultura, a culinária e costumes locais.

Boa parte dos destinos internacionais se promovem por meio da indústria cinematográfica, a exemplo dos Estados Unidos, Irlanda e Austrália — este último, cenário da trilogia de filmes O Senhor dos Anéis.

Um exemplo de país latino-americano que tem se desenvolvido graças ao trabalho de uma film commission é a Colômbia, que faturou US$ 50 milhões servindo de cenário para produções de cinema naquele país.

Fonte: MTur / Cláudia Sanz