Programa oferece oportunidades ao viajante interessado na preservação ambiental

Editoria: Vininha F. Carvalho 21/01/2014

O ecovoluntariado, conceito ainda pouco conhecido no país, mas bastante difundido na Europa, é um programa focado em atividades de turismo de conservação – quando o voluntário tem participação ativa em um projeto de pesquisa voltado para a conservação da biodiversidade.

O Instituto Ekko Brasil (IEB), desenvolve, desde 2001, diversas atividades de turismo de conservação relacionadas a pesquisas com espécies ameaçadas.

A proposta é oferecer opções a viajantes que buscam a experiência única de participar do dia a dia de bases de estudo e se tornar mais ativo na preservação do meio ambiente.

O envolvimento de ecovoluntários é de fundamental importância para nosso trabalho. Esse é um tipo especial de turista que procura roteiros diferenciados, quer fugir do lugar comum e se envolver numa atmosfera de equipe e companheirismo, além de ter certeza de que o dinheiro empregado estará sendo aplicado na sustentabilidade de projetos de conservação de espécies ameaçadas“, observa Alesandra Bez Birolo, presidente do Instituto Ekko Brasil.

O Programa de Ecovoluntários do IEB já recebeu mais de 600 pessoas, durante seus 12 anos. Segundo dados coletados entre 2002 e 2011 pelo próprio instituto, o ecovoluntariado no Brasil, por ser ainda pouco conhecido pelo turista brasileiro, ainda é uma atividade quase restritiva a extrangeiros, sobretudo turistas europeus.

“O maior volume de visitas acontece entre janeiro e julho. Dos turistas que recebemos, 50% dos participantes são estudantes, sobretudo de áreas relacionadas a biologia e veterinária, que inclusive têm a oportunidade de realizar estágios conosco“, explica Alesandra.


- Turista engajado:

O IEB desenvolve o programa em sua base do Projeto Lontra, que tem o patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Ambiental.

Localizada na região da Lagoa do Peri, na parte sul da Ilha de Santa Catarina, Florianópolis, a base mantém o “Réfugio Animal – Centro de Recuperação e Conservação“, um criadouro científico com fins de pesquisa e conservação.

No local, há um laboratório de pesquisa, um ambulatório veterinário e um centro de visitação, que abriga cursos técnicos e um hostel para alojar os ecovoluntários.

“Este é o único cativeiro de lontras na América Latina, onde desenvolvemos ações de recuperação e pesquisa da espécie“, destaca.

Por ficarem hospedados na própria base do projeto, os ecovoluntários se envolvem em diversas atividades, como apoio nas pesquisas, manejo e alimentação dos animais no cativeiro e observação de comportamento, entre outros.

Dentro do cronograma semanal, existem ainda saídas a campo – trilhas aquáticas com caiaques para monitoramento das populações de lontras e trilhas terrestre para coleta de dados e análises posteriores em laboratório.
Há também palestras informativas de educação ambiental e ecologia da lontra, além de auxilio nas atividades de educação ambiental nas visitas das escolas da região.

Alesandra explica que os trabalhos são realizados durante toda a semana, sempre orientados pela equipe técnica. “Os finais de semana são livres para que os ecovoluntários possam passear pela Ilha e conhecer as belezas de Florianópolis“, diz.

“Eu encontrei o Projeto Lontra através de uma associação francesa que ajuda as pessoas a viajarem como ecovoluntários. Gosto de conhecer projetos que desenvolvem trabalhos de reintrodução animal e observação dos animais em cativeiro e em vida selvagem. Aprendi muito com o ecovoluntariado no Projeto Lontra, além de descobrir um grande lugar na ilha de Florianópolis”, conta o francês Matthieu Pierres, que trabalha em seus país com o desenvolvimento de sowtares e foi ecovoluntário do projeto em novembro deste ano.

Além das atividades na base do Projeto Lontra em Florianópolis, o IEB oferece também, por meio de parcerias, oportunidades de turismo de conservação em outros projetos: Projeto Mucky (São Paulo), Projeto Onça Pintada (Paraná) e Projeto Tucano (Santa Catarina).

“Estamos preparando também nossa base do Projeto Lontra em Aquidauna, Pantanal do Mato Grosso do Sul, para essas atividades”, conclui a presidente do IEB.

Fonte: Grazielly Novais