Indígenas vão ter melhoria da renda familiar por meio do trabalho com artesanato

Editoria: Vininha F. Carvalho 20/02/2014

Na comunidade indígena Kayapó, localizada no norte do estado do Mato Grosso e no sul do estado do Pará, é possível encontrar uma família com cerca de 40 índios, entre eles tios, primos, irmãos, cunhados, avós e bisavós, dividindo a mesma oca.

Com a casa cheia é preciso bastante trabalho para que haja alimento para todos.

O território dessa comunidade está localizado no “Arco do Desmatamento”, dentro da fronteira sudeste amazônica, região caracterizada pelos mais elevados índices de desmatamento do país.

Por isso, os antigos métodos de captação de recursos da natureza para o sustento dessas aldeias já não são suficientes.

A solução foi buscar atividades alternativas de exploração da biodiversidade local.

Com recursos do Fundo Amazônia, o projeto “Fortalecimento da Cadeia Produtiva da Copaíba, Apicultura, Pequi e Artesanato” vai qualificar e fortalecer o sistema produtivo da região para oferecer condições adequadas para beneficiar, extrair e elaborar produtos que possam ser vendidos nas comunidades locais e propiciem segurança alimentar e melhores condições da produção de alimentos.

A proposta é agregar valor aos produtos naturais como pequi, copaíba, mel e sementes (artesanato) coletadas pela comunidade
Kayapó por meio do estímulo à adoção de boas práticas de manejo. O trabalho, que está sendo coordenado pelo Instituto Raoni, prevê a melhoria da qualidade das sementes, investimentos em infraestrutura e apoio para a comercialização, desde identificação de potenciais compradores até a negociação e articulação para garantir o melhor preço para os produtos e, consequentemente maior renda para as famílias Kayapó envolvidas nestas atividades.

Na prática, os índios vão trabalhar com a desidratação de frutas, produção de mel, extração de resinas do óleo de copaíba e a venda de peças de artesanato.

A Fundação Banco do Brasil, em parceria com o Fundo Amazônia, por meio do BNDES, vai fazer o investimento social de mais de um milhão de reais para que sejam adquiridos equipamentos, como desidratador de alimentos, kits de utensílios para extração da copaíba, ferramentas e matéria prima para utilização nos artesanatos, entre outros. Ao todo, 1.215 indígenas vão ser beneficiados com o projeto.

“A condição do índio nesta região é muito ruim. Por isso, esse projeto procura melhorar as condições de vida dessas famílias por meio de uma atividade, um trabalho.

A ideia é permitir que os índios conquistem o alimento do dia-a-dia com dignidade e sustentabilidade e tenham, através do próprio trabalho, uma renda para suas famílias”, afirma Edson Araceli Santini, coordenador administrativo e financeiro do Instituto Raoni.

Fonte: Dalva de Oliveira