Com modelo inovador, a primeira estação de tratamento sustentável de efluentes sanitários é inaugurada em Campinas

Editoria: Vininha F. Carvalho 27/01/2014

Acaba de ser inaugurada em Sousas, subdistrito de Campinas (SP), a primeira estação de tratamento de efluentes sanitários do país que abriga um jardim composto por espécies de plantas exóticas e nativas do Brasil, responsáveis pelo tratamento dos efluentes e a despoluição do ambiente.

Essa é a primeira estação de tratamento de efluentes brasileira que não utiliza reagentes químicos para o tratamento da água.
Em funcionamento experimental desde abril, a área de mais de 2.300 m2 localizada na fábrica da MSD (Merck & Co. nos EUA e Canadá), utiliza uma inovadora tecnologia francesa de tratamento de efluentes - a fitorestauração.

Trata-se de um processo natural que ocorre no nível das raízes e aproveita a capacidade de filtragem de determinadas plantas que, dispostas em um jardim, fazem o tratamento dos efluentes, absorvendo-os naturalmente e eliminando os odores.

Após o processo de decomposição de matéria orgânica que ocorre nos jardins, o efluente líquido sem qualquer odor segue para a lagoa terminal, onde ocorre a desinfecção da água através dos raios solares e sem o uso de qualquer reagente químico.

O espaço onde foi construída a estação de biotratamento de efluentes estava inutilizado e anteriormente servia como área de tancagem dos prédios de produtos veterinários, que deixaram de ser fabricados.

A MSD investiu mais de R$ 4 milhões no sistema e a meta para 2014 é o reuso da água tratada para jardinagem e limpeza da rua. Para isso, é preciso esperar os resultados dos primeiros meses de funcionamento da estação, até que se atinjam os parâmetros exigidos por lei para esse fim.

"A legislação exige que o tratamento apresente uma eficiência de remoção de Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) de no mínimo 60%, e nós já atingimos entre 80 e 90% dessa eficiência", afirma Renata Rosário, gerente de Segurança e Meio Ambiente da MSD.

Ao contrário das estações convencionais, o sistema de jardins filtrantes não utiliza energia elétrica e funciona apenas com aeradores e bombas pequenas.

O projeto oferece ainda uma área de convivência aos funcionários, com passarelas e calçadas ao redor do jardim, que também estará à disposição para visitação de estudantes e interessados.

Por estar localizada em uma área de preservação ambiental (APA de Campinas), a planta de Sousas segue uma das diretrizes da empresa, que é a de buscar soluções e adequações ao entorno, criando um convívio não apenas amigável, mas também útil à comunidade local.

Fonte: Silvana Cordeiro