Assinatura de acordos de cooperação marcaram abertura do Encontro Anual Cultivando Água Boa

Editoria: Vininha F. Carvalho 25/11/2013

A assinatura de dois acordos bilaterais com a Guatemala e a República Dominicana marcou a abertura do mais expressivo Encontro Cultivando Água Boa desde 2003.

O evento lotou o centro de convenções do Hotel Rafain Palace, em Foz do Iguaçu, com mais de 4 mil participantes e representantes
de 16 países.

Os acordos de cooperação preveem o compartilhamento da metodologia do programa Cultivando Água Boa (CAB), que vem reduzindo passivos sociais e ambientais em 29 municípios do Oeste do Paraná, com ações de ampla participação comunitária. Ambos os países devem dar início à implantação de seus programas já no começo do próximo ano.

Chile, Uruguai, Panamá, Colômbia e Espanha também manifestaram interesse na metodologia e, juntamente com esses dois países mais o Brasil e o Paraguai, registraram junto à Secretaria Geral Ibero-Americana (Segib) a proposta da criação de um amplo programa de cooperação, que deverá ser concretizado em 2014.

Esses são os principais resultados do Encontro Ibero-Americano de
Desenvolvimento Sustentável (Eima 10) e da Reunião Interministerial Ibero-Americana de Sustentabilidade, que encerraram na quarta-feira em Foz do Iguaçu, antecedendo a programação do CAB, que se estendeu até
sexta-feira (22/11).

A aproximação com esses países teve início no último mês de setembro, quando representantes de diversos ministérios desses países estiveram no Oeste Paranaense para conhecer de perto os resultados dos 20 programas socioambientais que compõem o CAB.

Para a vice-ministra de Desenvolvimento Sustentável da Guatemala, Ivana Ancheta, o que mais chamou a atenção na iniciativa é a forma como são criados os comitês gestores, a partir de um processo de sensibilização e envolvimento das comunidades.

“Queremos que o exemplo de responsabilidade socioambiental corporativa da Itaipu seja seguido por empresas de nosso país”, afirmou.

Na República Dominicana, segundo o deputado e presidente da Comissão de Assuntos do Mar, Pelegrin Castillo, são diversas as bacias hidrográficas que enfrentam problemas semelhantes aos que foram resolvidos com ações do CAB, tais como desmatamento, assoreamento e poluição das águas.

“Creio que o CAB é um programa extremamente exitoso porque serve, também, como um veículo de integração social e regional. Acredito que poderemos ter esses resultados se também conseguirmos envolver as comunidades na gestão dos recursos hídricos”, comentou.

Para o diretor-geral brasileiro da Itaipu, Jorge Samek, esse interesse pelo Cultivando Água Boa demonstra que o modelo de gestão compartilhada no cuidado com o meio ambiente desenvolvimento pela Itaipu está no caminho certo.

“Se olharmos pelo retrovisor, vamos ver o quanto avançamos, bacia por bacia, sempre com a participação de todos os setores. O Oeste do Paraná dá uma lição de como abastecer a população de alimentos respeitando o meio ambiente”.

Para o diretor de Coordenação e Meio Ambiente da Itaipu, a participação internacional e o expressivo número de inscritos no encontro coroa um trabalho de 10 anos na Bacia Hidrográfica do Rio Paraná – Parte 3.

“É a primeira vez que representantes e ministros de 16 países se reúnem para debater o assunto ‘água’”, ressaltou Friedrich.
Outros países que participaram do encontro, apesar de ainda não ter formalizado a cooperação, deverão seguir o exemplo de Guatemala e República Dominicana.

Segundo a prefeita de San Salvador (capital do El Salvador), Glória Calderón Sol, a gestão compartilhada entre empresas, municípios e agricultores é muito adequada aos países latino-americanos.

“Convidamos os técnicos de Itaipu para nos visitar no início de 2014 e então lançarmos o programa em San Salvador”.
A abertura

O evento começou com a batida forte dos 40 integrantes do grupo Maracatu Alvorada Nova, de Foz do Iguaçu. O grupo é coordenador pelo arte-educador e músico Alison Capelari.

Depois, a Associação Toledana de Ginástica Rítmica apresentou espetáculo “Os Quatro Elementos”, que mostrou a união entre a natureza e a humanidade.
O programa

O CAB foi lançado em 2003 e está presente em 29 municípios do Oeste do Paraná.

Desde sua implantação, promoveu ações de recuperação de passivos em 197 microbacias da região totalizando, por exemplo, a colocação de mais de 1.300 km de cercas para a proteção de matas ciliares recompostas; a readequação de mais de 700 km de estradas rurais e a conservação de mais de 20 mil hectares de solos.

As ações de Educação Ambiental já sensibilizaram mais de 240 mil pessoas da região.

Fonte: Itaipu