Hotéis brasileiros registram oitavo ano consecutivo de crescimento de receita

Editoria: Vininha F. Carvalho 13/08/2013

O ano de 2012 marcou o oitavo ano consecutivo de crescimento na receita dos hotéis brasileiros: a receita por apartamento disponível (RevPAR*) aumentou 8,8% em 2012 ante os números registrados em 2011.

De acordo com a pesquisa Hotelaria em Números – Brasil 2013, realizada pela Jones Lang LaSalle em parceria com o Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB), o lucro operacional bruto dos hotéis brasileiros continua acima da taxa de inflação, tendo registrado aumento de 7,9% em relação à 2011.

Além dos resultados operacionais positivos, o aumento do poder aquisitivo da população, fruto da diversificação e descentralização da economia nacional, criou um cenário que permite um planejamento seguro para investimentos em hotéis no país nos próximos dez anos, mantendo os hotéis brasileiros na mira dos investidores.

“Estamos projetando um crescimento sustentado do desempenho hoteleiro no Brasil, visto que esse mercado continua sendo um dos destinos preferidos dos turistas internacionais.

No ano passado, vieram ao Brasil 5,7 milhões de turistas estrangeiros, representando 4,5% a mais que o registrado em 2011”, disse Ricardo Mader, vice-presidente executivo do Grupo de Hotéis & Hospitalidade da Jones Lang LaSalle no Brasil.

“Embora estejam ocorrendo mudanças nas taxas de ocupação, a demanda sustentada aliada à falta de novos empreendimentos hoteleiros possibilitarão ao mercado hoteleiro do Brasil manter sua vantagem competitiva.”

Para Roberto Rotter, presidente do FOHB, a renovada parceria com a Jones Lang LaSalle e os bons resultados da pesquisa conjunta chegam em um momento especial, em que toda a cadeia produtiva do setor de turismo se une e define causas em comum para, junto às diversas escalas governamentais, trabalhar em conjunto e garantir sempre um desenvolvimento sustentável.

“As 26 redes associadas ao FOHB estão investindo 7 bilhões de reais entre 2012 e 2015 para a construção de 40 mil novas unidades habitacionais e geração de 16 mil novos postos de trabalho no País; por isso, podemos dizer que a hotelaria está preparada para os grandes eventos e para depois deles”, comentou.

Para Rotter, “dados como estes, do estudo Hotelaria em Números, têm sido ferramentas essenciais para o planejamento e desenvolvimento sustentável do setor.”

Flutuações no afluxo de turistas afetam as taxas de ocupação e as diárias médias

Embora, no quadro geral, o Brasil seja visto de uma ótica positiva, o crescimento econômico menor em 2012 teve um impacto negativo nas taxas de ocupação dos hotéis, que caíram 5,6% em relação a 2011.

A causa dessa queda varia de mercado para mercado, mas, de modo geral, os segmentos que exibiram as maiores reduções foram os de viagens em grupo e individuais.

A pressão de alta nos custos de viagens decorrente da ampliação da classe média brasileira também provocou uma redução nas viagens de fim de semana.

As taxas de ocupação em dias de semana permaneceram altas, atingindo picos nas noites de terça-feira a quinta-feira em vários mercados e sendo sustentadas principalmente pelo segmento corporativo.

Essa compressão da demanda possibilitou significativa alta das diárias médias, que aumentaram 15,2% na comparação com 2011.

Em 2012, as diárias médias pagas pelos turistas oscilaram entre mais de R$ 380 em hotéis de luxo e menos de R$ 220 em hotéis de categoria intermediária e econômica, sendo que a última categoria registrou a menor disponibilidade, com uma média de 149 quartos disponíveis, ante 231 e 204 nas categorias de luxo e intermediária, respectivamente.

Estimativa positiva para o mercado hoteleiro

“O desempenho dos hotéis no primeiro semestre deste ano mostrou tendências semelhantes às verificadas em 2012. Com uma queda na taxa total de ocupação e simultâneo aumento das diárias médias, esperamos que a receita por quarto disponível (RevPAR) cresça modestamente em 2013 – entre 5% e 7% –, ou seja, ligeiramente menos que em 2012”, disse Clay Dickinson, vice-presidente executivo do Grupo de Hotéis & Hospitalidade da Jones Lang LaSalle.

“Nossa expectativa é que, no curto e médio prazos, o investimento no setor de hotelaria siga em ritmo saudável no país.”

A diversificação de investidores também aumentou, embora a proporção de quartos de hotéis afiliados a cadeias hoteleiras permaneça baixa – menos de um terço ou 28,1% do total de quartos disponíveis no país.

“Embora os resultados do Hotelaria em Números deste ano tenham revelado que a desaceleração do crescimento econômico do país levou a ligeiras quedas nas taxas de ocupação, a recente desvalorização do real ante o dólar norte-americano teve o efeito de contrabalançar a demanda, uma vez que o Brasil tornou-se mais acessível a turistas estrangeiros de negócios e lazer e, ao mesmo tempo, fez os turistas brasileiros viajarem menos para o exterior”, conclui Manuela Gorni, vice-presidente do Grupo de Hotéis & Hospitalidade da Jones Lang LaSalle.

O Grupo de Hotéis & Hospitalidade da Jones Lang LaSalle atua como líder mundial do setor de hospitalidade em serviços imobiliários voltados para hotéis de luxo, upscale, de categoria tanto especial como econômica; empreendimentos no sistema de timeshare e de propriedade compartilhada; centros de convenções; empreendimentos de uso misto e outros imóveis do setor de hospitalidade.

Os mais de 265 especialistas da empresa dedicados à área de hotéis e hospitalidade atuam em conjunto com investidores e proprietários/operadores em todo o mundo no sentido de modelar e dar apoio a estratégias de investimento que entreguem máximo valor ao longo de todo o ciclo de vida de um ativo.


Nota:

*RevPAR (abreviatura de revenue per available room) é um índice de rentabilidade que combina a taxa de ocupação e a diária média, representando a receita por apartamento disponível.

O RevPAR é obtido dividindo-se a receita de apartamentos pelo total de apartamentos disponíveis no ano ou multiplicando-se diretamente a taxa de ocupação anual pela diária média.

Fonte: Kátia Amorim