Empresários se dividem entre o lucro e a sustentabilidade

Editoria: Vininha F. Carvalho 12/09/2012

Se tivessem que optar entre preservar o meio ambiente ou manter a rentabilidade dos seus negócios, os empresários brasileiros ficariam divididos: enquanto 47% afirmam que preferem não perder a rentabilidade, 43% garantem que adotariam práticas verdes, mesmo que isso prejudicasse o desempenho de suas empresas.

Estes dados foram revelados pelo International Business Report (IBR), estudo da Grant Thornton International, representada no Brasil pela Terco Grant Thornton.

A pesquisa ouviu 7.200 empresas privadas de capital fechado (ou privately held businesses, PHBs) de 36 países – no Brasil, foram consultadas 150 empresas, sendo cem de São Paulo, 25 do Rio de Janeiro e 25 da Bahia.

Na média global, com resultados de todos os países pesquisados, 51% dos executivos consultados no estudo afirmaram que adotariam práticas verdes em detrimento dos lucros.

Já 36% d isseram que preferem se importar com os negócios e 13% não souberam responder à pergunta (entre os brasileiros, 10% não responderam).

Entre todos os empresários ouvidos na América Latina, 56% garantem que adotariam práticas ambientalmente corretas. Já 37% preferem manter a rentabilidade.

O Chile é o país com maior preocupação ambiental (89%), seguido da Argentina (80%) e do México (60%). A região da Ásia Oriental concentra o maior número de empresários dispostos a defender o meio ambiente (61%).

Em uma outra pergunta da pesquisa, onde os empresários deveriam dizer se consideram que a comunidade empresarial do seu país se preocupa ou não com o meio ambiente, foi feita uma média entre as respostas positivas e as negativas. A média mundial foi de 30%. Entre os brasileiros, este número foi de 34%.

Os países nórdicos foram os que deram a nota mais alta, sendo que a média foi de 61%. A média mais baixa foi entre os países da América Latina, com 14%. A Argentina foi o país onde essa percepção foi mais negativa, sendo que o índice final foi de -34%.

É interessante notar que nos países onde a percepção com a preocupação ambiental foi baixa, como na Argentina, Turquia, Grécia e China, os empresários estão mais dispostos a abrir mão do lucro para melh orar o meio ambiente.

Wanderlei Ferreira, sócio do Terco Grant Thornton, explica que o processo de evolução da sociedade com relação às questões ambientais é o grande responsável pelos resultados obtidos no Brasil.

“O meio empresarial está percebendo que o consumidor está cada vez mais preocupado com essas questões”, afirma.

Segundo o executivo, a pressão dos consumidores deve aumentar nos próximos anos, levando o setor produtivo a mudar de atitude.

“Os empresários também estão notando que é preciso preservar a natureza, pois, se não cuidarem da sustentabilidade, no futuro itens como matéria-prima poderão ficar cada vez mais caros e escassos”, explica.

Para Wanderlei Ferreira, no entanto, essa mudança de paradigma deve ser longa e difícil.

“Mas, no final, aquelas empresas ainda não conscientes da preservação do meio ambiente mudarão seu comportamento.”

Alex MacBeath, líder global da Grant Thornton International para serviços a PHBs, diz que a pesquisa mostra claramente que há muitos países preocupados em conservar o meio ambiente.

“O lucro não é, claramente, o único fator que conduz as práticas empresarias, então nós devemos incentivar os empresários a ter empresas sustentáveis”, afirma.

“Em minha opinião, aqueles empresários que persistirem ou implantarem práticas verdes durante este período de turbulência econômica terão mais vantagem competitiva quando a economia se estabilizar.” Wanderlei Ferreira concorda.

“As práticas verdes são boas para o meio ambiente e trazem vantagens para a marca, como reconhecimento no mercado e de seus colaboradores”, explica. “Enfim, eleva a marca e os produtos para outro patamar de percepção junto aos consumidores e da mídia em geral.”

Sobre o International Business Report

É uma avaliação anual do ponto de vista dos executivos das empresas privadas de capital fechado em todo o mundo. Lançado em 1992 em nove países europeus, esse relatório agora analisa mais de 7.200 companhias de 36 economias, com dados regionais e globais sobre fatores econômicos e comerciais que afetam os setores conhecidos como os motores do mundo. Dados de oito setores chave das indústrias estarão disponíveis nos primeiros meses de 2009. Essa pesquisa está sendo realizada pela Experian Business Strategies Ltd. Grant Thornton International, que doará US$ 5 para a UNICEF para cada questionário entregue, uma doação que foi maior do que US$ 39,000 em 2008.


Sobre a Terco Grant Thornton

Há 27 anos no Brasil, a Terco Grant Thornton é a 5ª maior empresa de auditoria e consultoria do país. Conta com mais de mais de 650 profissionais e possui 1.300 clientes ativos. Em 2008, registrou um crescimento de 25% em seu faturamento em relação ao ano anterior. Com sede em São Paulo, possui escritórios no Rio de Janeiro, em Salvador, Goiânia e Belo Horizonte.

A Terco Grant Thornton é uma firma membro da rede Grant Thornton International Ltd (Grant Thornton International). A Grant Thornton International e suas firmas membro não constituem uma única firma global. Cada firma membro presta seus serviços de forma juridicamente independente.

Considerada uma das maiores organizações de auditoria e consultoria do mundo, a GTI tem 28 mil profissionais, espalhados em uma centena de países, e registrou faturamento global de US$ 4 bilhões em 2008.



Fonte: Rose Guirro