Especialistas alertam sobre diferenças entre os materiais biodegradáveis e os causadores de danos ao meio ambiente e à saúde

Editoria: Vininha F. Carvalho 12/09/2012

No momento em que se discutem novas alternativas às embalagens de compras, muitas denominações de materiais tidos como sustentáveis têm sido divulgadas. No entanto, boa parte destas matérias-primas é nociva ao meio ambiente e à saúde da população.

Ao longo da PlastShow 2012 - feira e congresso bianual que reunirá os transformadores de plástico e toda a cadeia do setor, de 10 a 13 de abril no Expo Center Norte, em São Paulo - a Associação Brasileira de Polímeros Biodegradáveis e Compostáveis (Abicom) promoverá uma série de discussões para o esclarecimento do consumidor.

Segundo a presidente da Abicom, Varuska Rigolin, o objetivo é fazer com que mais pessoas conheçam e saibam diferenciar quais produtos possuem embalagens realmente sustentáveis e a melhor forma de efetuar o descarte dos diferentes tipos de materiais.

“É importante avaliar a matéria-prima que acondiciona o que será consumido, evitando riscos de contaminação por componentes nocivos à saúde. E também é preciso conhecê-la para tratar o resíduo da maneira correta, evitando gerar lixos sólidos que se acumulem e prejudiquem o meio ambiente. A busca da sustentabilidade não é só responsabilidade da cadeia do plástico ou do consumidor. A solução passa por todos nós”, destaca.

Embalagens produzidas com matérias-primas biodegradáveis e compostáveis são aquelas cuja desintegração pode ocorrer no prazo máximo de 180 dias -- de acordo com as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) NBR 15448-1 e NBR 15448-2, e não deixam pedaços visíveis com mais de dois milímetros.

Quando submetidas a um processo de compostagem por mecanismos naturais, transformam-se em nutrientes para plantas sem transferir tóxicos para o ecossistema natural.

Já quando utilizados como saco de lixo orgânico, plásticos biodegradáveis compostáveis ​​auxiliam na separação limpa e coleta desses resíduos, propiciando um descarte adequado, reduzindo assim a fração dos detritos destinada a aterros e a emissão dos gases de efeito estufa.

O consumidor deve estar atento a termos como "degradável​​", "oxi-degradável" ou "oxi-biodegradável​​", que por vezes são usados ​​para promover os produtos feitos de plásticos tradicionais, contendo aditivos específicos. Estes não são “biodegradáveis compostáveis", e podem conter acúmulo de metais pesados e outros ecotóxicos que entram na cadeia alimentar e podem afetar a qualidade de vida e bem estar das pessoas.

O uso do termo “biodegradável” só é válido desde que seja comprovada a biodegradação do produto em um determinado espaço de tempo, sob ação de microrganismos em ambiente propício, como o encontrado em usinas de compostagem, e qualquer forma de aditivo apresentada para esse fim é uma armadilha ao consumidor que deverá ficar alerta.

Fonte: Evelina Fyskatoris