Editoria: Vininha F. Carvalho 22/03/2012

A três meses da Rio +20, conferência mundial sobre o meio ambiente que acontecerá de 20 a 22 de junho no Brasil, o engenheiro brasileiro Benedito Braga, ex-diretor da Agência Nacional de Águas e presidente do 6º Fórum Mundial da Água, que terminou no sábado (17/3), em Marselha, na França, elogiou a participação da Itaipu no Fórum, principalmente por causa das contribuições à discussão sobre água e energia – um dos temas mais polêmicos da reunião.

“Dentro de um setor que é criticado pelo movimento ambientalista por impactar o meio ambiente, Itaipu é a prova de que a gestão inteligente sabe que é bom ter práticas sustentáveis, porque isso vai colaborar com uma melhor eficiência da geração elétrica”, elogiou o presidente do Fórum.

“Precisamos encontrar formas sustentáveis, limpas, inteligentes e eficientes de usar a água para produzir energia, e também de usar a energia para produzir água potável”, avaliou Benedito Braga.

“Uma das soluções muito interessantes foi a que a Itaipu trouxe, o programa Cultivando Água Boa, uma opção para reduzir os impactos das construções e melhorar o uso da água nas bacias e nas regiões a seu redor”.

Para Braga, “cuidar das águas é um jogo de ganha-ganha. Ganham os ambientalistas, porque fica garantido o cuidado ambiental e a produção agrícola sustentável; e ganha o setor elétrico, porque não tem a sedimentação no reservatório, tem uma vida mais longa na produção de energia, menor problema de abrasão nas turbinas e assim por diante. É uma grande solução”, completou.


Resultados:

O Fórum foi uma oportunidade para autoridades dos mais de 140 países refletirem sobre a atual situação da água do mundo, conhecerem as soluções de pequeno, médio e grande porte que vêm sendo assumidas pelos diferentes países e se prepararem para os debates que vão acontecer durante a Rio +20, conferência mundial sobre o meio ambiente que acontece em junho, no Brasil.

“Queremos que a água tenha um espaço de destaque na Rio +20. Os painéis e discussões de alto nível que tivemos aqui serviram como preparação e qualificação para que possamos chegar à reunião no Brasil com propostas reais e soluções práticas, que possam ser facilmente abraçadas pelos países de todo o mundo”, disse Braga.

O Fórum debateu a água como direito humano, sua relação com o desenvolvimento econômico, a agricultura, a geração de energia, a qualidade de vida, o meio ambiente, entre outros. E, de acordo com o tema do evento, “Tempo de Soluções”, ministros do meio ambiente e representantes de delegações assinaram uma declaração ministerial em que se comprometem a aumentar o acesso à água potável, ao tratamento de esgoto e a promover o uso inteligente da água em seus países.

“Além da assinatura dessa declaração ministerial, o Fórum também trouxe como resultado prático o compromisso parlamentar de trocar experiências e informações do que vem sendo feito nos países por meio do instrumento de tecnologia entregue pelo Conselho Mundial, a – Plataforma Global de Solidariedade para a Água”, completou o presidente do Fórum.


Participação brasileira:

A delegação brasileira foi a maior no Fórum Mundial das Águas, com mais de 600 pessoas registradas, superando todas as expectativas. Porém, para o presidente Benedito Braga, mais importante que a quantidade, foi a qualidade da representação do País.

“Tivemos senadores, secretários de Estados, representantes do mais alto nível de estatais, como Itaipu, Banco do Brasil, Petrobras... Na história dos fóruns, essa foi, de longe, a maior e melhor participação de todos os tempos, e isso deve se refletir positivamente nos debates na Rio +20”.

O Brasil levou para o Fórum soluções para subsidiar tratamentos de esgoto, programas de destaque em segurança de água, abastecimento e saneamento e propostas de Redes de Monitoramento já implantadas com sucesso.

“As ideias brasileiras chegam aqui já como projetos, como propostas concretas, como práticas. O Brasil está contribuindo para o debate com muita força e trazendo soluções de alto nível”, completou.