Estudo revela falta de mão de obra em parques nacionais

Editoria: Vininha F. Carvalho 04/03/2011

Falta de capital para investimento, giro e ausência de mão de obra. Esses são alguns dos desafios enfrentados por pequenas empresas localizadas no entorno de parques nacionais nas cinco regiões do país.

As informações fazem parte do diagnóstico encomendado no âmbito do Projeto de Fomento ao Turismo em Parques Nacionais e Entorno, pelo Sebrae, Ministério do Turismo, Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

O levantamento encerra a primeira fase da parceria. Essas e outras informações levantadas servirão de subsídio para a realização de ações piloto em cinco parques nacionais, um em cada região.

São eles: Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (GO), Parque Nacional da Serra dos Órgãos (RJ), Parque Nacional Aparados da Serra (RS/SC), Parque Nacional de Anavilhanas (AM) e Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha (PE).

O gerente de comércio e serviços do Sebrae, Juarez de Paula, afirma que o projeto é um desafio. “Não se trata apenas de turismo, mas também de desenvolvimento territorial. Precisamos ter esse olhar para conseguirmos enfrentar o desafio de aliar preservação ambiental e sustentabilidade com as necessidades locais”, ressalta.

O projeto segue agora para sua segunda fase. Com base nas informações coletadas, as unidades estaduais das entidades envolvidas vão traçar ações para serem aplicadas nos próximos meses. A ideia é replicar posteriormente essas experiências nos outros 20 parques nacionais existentes no país.

Diagnóstico:

No levantamento foram ouvidos 1.192 entrevistados, entre empresários (331), moradores dos municípios do entorno dos parques (456) e turistas (405). A coleta das informações foi feita pelo envio de questionário pela internet e por visitas, in loco, aos destinos, no período de dezembro de 2010 a janeiro de 2011.

Os maiores desafios apontados pelos empresários foram: falta de capital para investimento e giro de caixa e escassez de mão de obra. Em Fernando de Noronha, 61% dos entrevistados elencaram a falta de capital. Na Chapada dos Veadeiros, 80% apontaram a ausência de mão de obra. Também foi unânime a necessidade dos empresários por treinamento, principalmente na parte de atendimento ao cliente (média de 54%). A Chapada dos Veadeiros foi a mais queixosa nesse tema.

Na visão dos moradores, a natureza é vista como principal atrativo do destino, e a infraestrutura como principal problema. Para a maioria dos entrevistados, entre os benefícios gerados pela prática do turismo na localidade estão a geração de renda e o aumento da movimentação da cidade.

Já os principais problemas apontados pela prática da atividade são poluição e perda da tranquilidade. Os moradores de Anavilhanas apontaram outros problemas como mais graves, como presença de pessoas de fora (66%) e prostituição (60%).

Os turistas que freqüentam os municípios próximos dos Parques Nacionais possuem boa escolaridade e renda. A maioria vem de capitais, principalmente do próprio estado do destino, exceto Fernando de Noronha.

Cerca de 40% dos turistas vão a essas localidades em busca de descanso e acompanhados de suas famílias (50%). O que representa o destino turístico para esses turistas é a exuberância da natureza. Apenas em Anavilhanas, a cultura foi elencada como ponto marcante.

Fonte: SEBRAE