Pátio de São Pedro, um espaço cultural e turístico

Editoria: Vininha F. Carvalho 29/04/2010

O Pátio de São Pedro, no bairro de São José, no Recife, está de “roupa” nova. O local é o primeiro núcleo histórico do Complexo Turístico Cultural Recife-Olinda a ser entregue à população e passa a se chamar Espaço Cultural Pátio de São Pedro, sendo ainda um ponto âncora do bairro.

Lá, o turista e o recifense não encontram apenas festas e eventos que identificam a cultura recifense, mas as raízes históricas, com museus e memoriais de personalidades regionais, como Luiz Gonzaga, o rei do baião, e Chico Sciense, mestre do mangue beat.

“Em poucas horas, o turista tem a oportunidade de conhecer mais da nossa cultura, história e gastronomia. Tudo isso em um só lugar, no Pátio de São Pedro”, comentou o secretário de Turismo do Recife, Samuel Oliveira. Ainda segundo Oliveira, a Prefeitura do Recife, por meio da sua pasta, está estudando a implantação de mais um posto de informações turísticas em uma das casas que integram o espaço, reforçando ainda mais o pátio como um espaço cultural e turístico.

De acordo com o Secretário de Cultura do Recife, Renato L, a nova estrutura do espaço vai movimentar ainda mais a vida cultural e o turismo na Cidade. “Incrementamos o Pátio com novos equipamentos culturais e turísticos. Essa mudança será uma referência para outros núcleos históricos dentro do Complexo Recife-Olinda”, avaliou. Além dos restaurantes e equipamentos turísticos, existe uma atividade fixa no pátio, que é a Terça Negra, todas as terças-feiras à noite com música e dança afro, que integra a programação “Vem pro Pátio”, promovido pela Secretaria de Cultura do Recife.

O turista também pode aproveitar para participar de oficinas, oferecidas pelos equipamentos, lançamentos de livros e shows de músicos locais. “Queremos manter ainda as raízes da música que deu vida ao pátio, mas precisamos movimentar outras atividades”, afirma Fernando Augusto, diretor do Pátio. Atualmente, a maioria só funciona de segunda à sexta-feira, das 9h às 17h.

Ao chegar ao Pátio de São Pedro, o visitante se encantará com a Igreja de São Pedro dos Clérigos, construída entre os anos de 1728 e 1759. A sua estrutura é toda de pedras de arrecifes, na qual ainda podem ser encontradas conchas em sua composição. A igreja se diferencia das outras encontradas pelo Recife, pois ela é octogonal, já que, geralmente, o formato é de uma cruz.

Na parte interna da igreja, o teto é pintado no estilo barroco pelo artista João de Deus Sepúlveda, conhecido como o “Michelangelo pernambucano”. Os balcões são forrados em ouro e as portas feitas da madeira jacarandá. Além disso, a imagem de São Pedro no altar é em tamanho natural e seus dentes feitos de marfim.

Entre os equipamentos turísticos, o visitante pode começar pelo Museu de Arte Popular (MAP). O museu conta com um acervo de grandes artistas locais, como as obras de um dos ícones da cultura nordestina e exímio tocador de pífanos, Mestre Vitalino. O MAP está com a exposição “Vitalinos”, até o mês de setembro, com as esculturas de barro do mestre e seus seguidores. Depois de conhecer um pouco mais dessa arte, o visitante ainda pode aproveitar para brincar um pouco no jogo de memória de algumas obras expostas.

Depois de conhecer a arte, o passeio segue pelo Memorial Luiz Gonzaga, onde o visitante faz uma rápida volta ao tempo em que as músicas eram escutadas ainda no disco de vinil. A voz do rei do baião está por todo o local, que se une ao se acervo de fotos e sua discografia. No meio de tanto objetos utilizados por Gonzagão, o visitante pode ainda escutar todas as suas músicas em um acervo digital.

Com uma visita guiada e interativa, toda a trajetória de Luiz Gonzaga é contada, além de conhecer um pouco sobre a história da sanfona e como foi criado o trio de forró, com a sanfona, o triângulo e a zabumba. Pesquisadores ainda podem desfrutar do centro de pesquisa com biblioteca e videoteca. E, quem quiser dançar forró, poderá dar uma passada no memorial para o “Sábado danado de bom”, que acontece nos últimos sábados de cada mês.

No mais recente memorial do pátio, aberto em abril, o visitante conhece mais do ritmo que fez uma “revolução” cultural e vem encantando gerações, o Mangue Beat. O criador é um dos ícones da cultura moderna pernambucana, Chico Science. O Memorial Chico Science é dividido em três ambientes. No primeiro, o visitante faz uma viagem no tempo da vida e obra de Chico, além de ouvir sua discografia e pesquisar assuntos relacionados ao tema. Já no segundo, a diversão é garantida com um jogo de luzes em que o visitante, ao se mexer, tem sua imagem projetada em árvores nativas do mangue. No terceiro e último, o espaço é reservado para a biblioteca. As visitas também são guiadas.

O turista que aprecia a arte contemporânea pode dar uma passada na unidade do Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (Mamam). Com obras temporárias, o museu abriga exposições mais experimentais criadas por artistas brasileiros que vêm visitar a cidade. As visitas também são guiadas, desde que agendadas. Já o equipamento mais antigo é a Casa do Carnaval, tendo dez anos de existência. Lá, o visitante poderá encontrar exposições e fazer pesquisas sobre os dias festivos de Momo.





Fonte: Secretaria de Turismo de Recife