Hora da verdade: quem faz o turismo de eventos internacionais no Brasil

Editoria: Vininha F. Carvalho 27/05/2010

A Associação Internacional de Congressos e Convenções – ICCA, sigla em inglês - acaba de divulgar que o Brasil é, na América Latina, o país que mais recebe eventos internacionais. Foram 293 deles no ano passado, ou seja, 39 a mais do que no ano anterior.

Esse número assegura a manutenção do Brasil também entre os dez principais países do mundo nesse disputado e rentável mercado de turismo de eventos, negócios, feiras, e convenções: ocupa a sétima posição no ranking mundial e ficou como quinto na comparação entre os países que aumentaram o número de eventos na última aferição ICCA.

Um dado interessante nesse quadro é que o número de cidades brasileiras que recebem convenções internacionais passou de 22 em 2003, para 49 no ano passado. Esse resultado é muito mais do que apenas estratégia de descentralização do poder público no segmento.

Na verdade, comprova o eficiente, competente e profissional trabalho na captação dos eventos executado pelo Sistema Brasileiro de Convention Bureaux, agora já com representações em todos os estados.

Quem é do ramo conhece o que representa a preparação da conquista do evento, algo que pode consumir até cinco anos de atuação junto às entidades promotoras e seus dirigentes. É, portanto, um êxito enorme quando a captação se consuma. E justifica o aplauso ao tamanho sucesso do trabalho de marketing de destinos.

Igualmente profissional é saber que o turismo de eventos representa um vultoso mercado para o segmento, na medida em que os participantes desse tipo de congresso, convenções e similares, é o turista que gasta na cidade, usa hotéis, consome em restaurantes, compra presentes e lembranças, passeia, paga impostos e tarifas. Não raro, traz a família ou permanece na cidade após cumprir a agenda de trabalho.

Oportuno registrar também que a ICCA se pauta por normas rigorosas para selecionar os eventos internacionais para sua lista. Traduzindo-se, isso quer dizer que o Brasil serviu de cenário a outros eventos internacionais que ficaram de fora da contabilidade da instituição.

Nesse fabuloso mercado, vale ainda apontar outros êxitos brasileiros como o de ter avançado, em apenas seis anos, 12 posições no ranking da ICCA. A grande expectativa agora é a realização da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos, organização praticamente entregue ao poder público.

Já a captação de eventos é eminentemente um exercício profissional privado, da quase exclusiva responsabilidade do Sistema Brasileiro de CVB, com apoio dos mantenedores da entidade e aval de órgãos oficiais, como a EMBRATUR, o Ministério do Turismo, agências de turismo, centros de convenções, organizadores profissionais de eventos ou secretarias de turismo, entre outros.

Pelo bom desempenho, o Brasil tem mais o que comemorar. São Paulo é reconhecida como a 18ª cidade no mundo em organização de eventos internacionais, o principal cenário brasileiro, seguido do Rio de Janeiro, que figura na 26ª posição no ranking mundial. São fatos dessa magnitude que sempre estimularam os dirigentes governamentais à lúcida atitude de reconhecer o valor do papel do Sistema Brasileiro de Convention & Visitors Bureaux para destacar o país no mercado internacional de negócios, feiras, congressos e eventos e igualmente da Confederação Brasileira de CVB, entidade máxima da representação do segmento.


Autoria : João Luiz dos Santos Moreira - economista, presidente da Confederação Brasileira de Convention & Visitors Bureaux