A reciclagem e a Conferência do Clima

Editoria: Vininha F. Carvalho 17/12/2009

Antes de embarcar para Copenhagem, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, participou de um almoço da Associação Brasileira do Ministério Público de Meio Ambiente (Abrampa), no Rio de Janeiro. Na ocasião, conversou com os setores que mais reciclam no Brasil: o alumínio e o PET.

Foi discutido, principalmente, como melhorar o nível de educação ambiental vigente na sociedade, para evitar que os resíduos sólidos gerados sejam jogados na rua e, quando levados pela chuva, terminem nos leitos de rios e córregos.

Esse ponto também foi um dos mais debatidos durante todo o “Seminário sobre Responsabilidade Ambiental Pós-Consumo – Direito de Todos, Dever de Cada Um”, realizado pela Abrampa, entre 9 e 10 de dezembro.

O ministro Minc saiu convicto de que a reciclagem é um tema importante (ambiental e socialmente). Por isso, disse que levaria o assunto para a Conferência do Clima. No caso do alumínio e do PET, a educação ambiental, associada à coleta seletiva, representa o grande desafio para que os setores continuem evoluindo nos índices de reciclagem.

A questão do conhecimento científico também foi debatido durante todo o evento da Abrampa. Ficou evidente que só será possível evoluir, quando os "achometros" forem abolidos e a massa dos conhecimentos sólidos comece a ser utilizada.

Um exemplo é a Análise do Ciclo de Vida (ACV), que estuda o impacto ambiental de um produto e sua embalagem desde a extração de suas matérias-primas até o descarte, incluindo aí os processos produtivos e a reciclagem.

Abipet apresenta sugestões:

O presidente da Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet), Auri Marçon, afirma que, durante o Seminário, ficou evidente que a solução para o problema dos resíduos sólidos nas cidades passa necessariamente por três grupos da sociedade, que precisam cumprir corretamente o seu papel: o cidadão, o poder público e a indústria. Nenhuma política nesta área atingirá os objetivos propostos se essa união de esforços não for contemplada.

“A sociedade precisa passar por um processo de educação ambiental que leve a hábitos de descarte adequados, diferentemente do que ocorre hoje, onde infelizmente vemos pessoas jogando lixo pela janela do carro ou nas calçadas”, declara.

“O poder público, por sua vez, como determina a Constituição Federal, deve oferecer ao cidadão um sistema de coleta seletiva eficiente e mais brangente, cobrindo mais cidades. Por fim, a indústria tem que trabalhar para dar a destinação correta ao material que for recolhido.”

No caso do PET, lembra Marçon, a indústria vem trabalhando há mais de 15 anos para encontrar alternativas inovadoras para as embalagens recolhidas.

O Brasil é o lider mundial nessas inovações e existem aplicações que não são encontradas em qualquer outra parte do mundo. Isso levou o País a atingir um dos índices de reciclagem de PET mais altos do mundo, de 54,8%.

“Hoje, porém, falta PET para abastecer a indústria recicladora, principalmente a indústria têxtil, que precisa desse material reciclado para competir com produtos asiáticos”, conclui o presidente da Abipet.



Fonte: Itacir Figueiredo