Santa Catarina reduz o volume de resíduo sólido produzido pelo tratamento de efluentes

Editoria: Vininha F. Carvalho 28/08/2009

A Riovivo Ambiental, empresa que administra a Estação de Tratamento de Efluentes da região de Brusque, investe no processo de secagem do lodo, resultante do tratamento, por meio de estufas e secadores rotativos. Essa inovação, fruto de um investimento de r$ 500 mil, irá reduzir o volume de passivo ambiental no Aterro Industrial e a geração de chorume, trazendo mais segurança para o meio ambiente

A Riovivo Ambiental acaba de iniciar uma importante inovação tecnológica: o processo de secagem do resíduo sólido resultante do tratamento de efluentes industriais da região de Brusque. Com essa medida, ocorrerá a redução do volume de lodo gerado pelo tratamento e aumento da vida útil do Aterro Industrial, para onde são destinados esses resíduos.

Outro benefício importante do processo de secagem é a redução e até eliminação da produção de chorume, líquido resultante da decomposição da matéria orgânica que exige monitoramento e tratamento contínuo. Para essa inovação foram investidos cerca de R$500 mil.

O processo de secagem será realizado por meio de dois processos: solar e térmico. No primeiro, o aquecimento solar será utilizado com a construção de estufas, com revolvimento mecanizado.

Já no processo térmico, o resíduo vai para um secador rotativo. A combinação desses dois processos é resultado de um amplo estudo técnico e investimento financeiro realizado pela Riovivo durante um ano. O principal objetivo da pesquisa era mitigar os impactos ambientais. Após a conclusão das estufas, a Riovivo espera reduzir consideravelmente o volume do material a ingressar no Aterro Industrial e também o já disposto no local.

“É inegável o ganho ambiental gerado por esta inovação tecnológica, que reduzirá em aproximadamente 50% a geração de novas células de aterro. Isso permite a armazenagem desse material com maior segurança e sem geração de chorume. É um importante passo para a remediação do Aterro”, explica o diretor da Riovivo, José Gameiro Camargo.

A Riovivo tem investido em tecnologias para tornar o tratamento dos efluentes cada vez mais eficiente e sustentável, levando em conta a integração do meio ambiente com a comunidade ao seu redor. Recentemente, a empresa iniciou o projeto de cobertura de dois tanques da estação, onde serão instalados exaustores para direcionar os gases gerados a um filtro no interior dos tanques.

Esse filtro será o responsável por liberar apenas gases inodoros. Para o presidente da Riovivo, Ceciliano Ennes, o investimento soma à preocupação constante da empresa com o meio ambiente.

“O nosso trabalho não se limita em beneficiar apenas a rede pluvial da região do Vale Itajaí-Açu. Estamos sempre preocupados em incrementar a economia catarinense sem agredir o meio ambiente como um todo”, salienta.

Tratamento de resíduos industriais, A Riovivo recolhe, por meio de uma rede de esgoto de 34 quilômetros instalada em Brusque, os resíduos industriais de empresas têxteis. Outras empresas com vazão de resíduos menores são atendidas pela empresa por meio de caminhões tanques coletores.

Recentemente, a Riovivo ampliou a coleta desses caminhões, estendendo o raio de cidades atendidas por esse sistema. Com isso, indústrias de cidades com distância de até 150 quilômetros de Brusque se beneficiam com o sistema de envio de efluentes até a estação.

Esses resíduos chegam na estação, onde são tratados pela tecnologia de poço profundo, deep shaft, o primeiro construído no Brasil. Trata-se de um reator anaeróbico de 4 metros de diâmetro por 60 metros de profundidade, alimentado por ar comprimido garantindo a eficiência no tratamento biológico.

Hoje existe apenas mais um na cidade de Itu, em São Paulo. Esta tecnologia é muito empregada no Japão e em países onde há necessidade de reutilização de água e também onde a realização do tratamento é feita perto de centros urbanos. Entre as empresas atendidas estão a Fama, Cores e Tons, Colcci, Renaux View e Redotex, Florisa, HJ, Zen, Unilav, Tom da Cor, Schlosser, Buettner e outras grandes empresas.



Fonte: Jésica Maia / Fábrica de Comunicação