Audiência pública mobiliza representantes do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis

Editoria: Vininha F. Carvalho 12/02/2009

Representantes do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), das cinco regiões do país, marcam presença na audiência pública convocada, nesta quinta-feira (12), em Brasília (DF), pela Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes). A reunião será realizada às 14h, no auditório do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), bloco F da Esplanada dos Ministérios.

Na oportunidade, a delegação vai conhecer detalhes do convênio assinado entre Fundação Banco do Brasil e a Senaes para buscar combater as desigualdades sociais e promover o desenvolvimento local, ao apoiar projetos de geração de trabalho e renda para catadores de materiais recicláveis.

A prioridade é a formação e o fortalecimento de redes de comercialização, o processamento, a logística, a transformação de materiais coletados e a implantação de unidades de triagem.

“A audiência pública simboliza o esforço conjunto realizado para diminuir a distância entre as limitações técnicas da esfera pública e as expectativas dos catadores” sintetiza o diretor-executivo de Desenvolvimento Social da Fundação BB, Jorge Streit. Ele conta que, na construção da parceria, a instituição exerceu importante papel de articulação entre a Senaes e o MNCR. “Funcionamos como ‘ponte’”, avalia.

No convênio, estão previstas a capacitação técnica e gerencial de 10.380 catadores; a assessoria técnica para 30 redes de comercialização; insumos para o funcionamento de 115 cooperativas e associações; adequação física das edificações ou galpões dos empreendimentos solidários apoiados; e monitoramento e avaliação dos resultados. Também constam do plano de trabalho a estruturação física de 30 redes de comercialização, a aquisição de equipamentos como caminhões, prensas e balanças e o investimento social em ações de mobilização dos catadores.

Recursos:

Ao longo de 2009, o Ministério do Trabalho participará com recursos da ordem de R$ 15 milhões. O investimento social da Fundação Banco do Brasil será, no mesmo período, de cerca R$ 1,8 milhões. Jorge Streit destaca que os recursos do Ministério do Trabalho são específicos para as despesas de custeio, como capacitação, qualificação profissional, assessoramento técnico e mobilização.

“O desafio da Fundação Banco do Brasil é auxiliar na articulação de outras fontes que venham somar recursos para a infra-estrutura da cadeia da reciclagem”, afirma o diretor.

Além dos representantes do MNCR de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Pará, Espírito Santo, Goiânia, Bahia, Tocantins, Minas Gerais, Ceará e do Distrito Federal, o presidente da Fundação Banco do Brasil, Jacques Pena, e Jorge Streit também vão participam da reunião.

Para o representante do MNCR, Davi Amorim, o convênio entre a Senaes e a Fundação Banco do Brasil vem responder antigas reivindicações do segmento. Ele conta que, em 2006, o Departamento de Economia da Universidade Federal da Bahia realizou um estudo levantando o investimento necessário para que cooperativas de catadores em todo o país se tornassem empreendimentos sustentáveis.

“O trabalho concluiu que seriam necessários investimentos de cerca de 170 milhões, com a criação de 40 mil postos de trabalho”, conta.

Davi explica que, a partir desse estudo, os catadores vem pleiteando, junto ao governo federal, maiores investimentos na cadeia produtiva da reciclagem. A expectativa da categoria é liberar recursos em capacitação, qualificação e infra-estrutura. “Um dos maiores problemas das cooperativas são recursos para a aquisição de galpões, caminhões, prensas, ou balanças”, diz.

Fonte: Gerência de Comunicação e Mobilização Social