Falta de estratégia dificulta conforto do turista em São Paulo

Editoria: Vininha F. Carvalho 05/01/2009

São Paulo se tornou um poderoso centro de negócios, do turismo e de lazer, já não é mais novidade para ninguém. Segundo informações do São Paulo Convention & Visitors Bureau (SPCV), a cidade de São Paulo recebe 10 milhões de visitantes, por ano, entre brasileiros ou estrangeiros para tratar de negócios ou mesmo para o lazer.

Para recepcionar esses visitantes, segundo o SPCV, a cidade abriga 410 hotéis, 88 museus, 39 centros culturais, além de inúmeros eventos todos os dias. Com esses números fica fácil perceber a grandiosidade da cidade na área do turismo de negócios e de lazer, qual capacidade técnica e operacional que disponibiliza para a organização de eventos e a recepção de turistas.

Segundo Toni Sando, diretor superintendente do SPCV, o número de eventos realizados na cidade de São Paulo também é surpreendente: “A cidade de São Paulo recebe aproximadamente mil eventos de médio e grande porte todos os anos.”

De acordo com informações do TRANSFRETUR - Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros e Turismo de São Paulo, só no período de compras de Natal, o número de 3500 a 4000 ônibus por fretamento que circulam na cidade passa para 6.000, somando com ônibus que trazem turistas.

No entanto, falta à cidade gerir estrategicamente e com tranqüilidade a presença desses participantes dos eventos ou turistas, os quais vêm a passeio, negócios ou simplesmente para as compras. Por exemplo, inexistem pontos de parada ou estacionamentos adequados para os 6.000 ônibus de fretamento que circulam na Capital no período de festas, como aponta Regina Rocha, diretora-executiva da FRESP.

“A cidade é carente de pontos de embarque e desembarque para os turistas que utilizam os ônibus por fretamento, seja nos locais de eventos e compras ou ainda nos museus e nos centros de exposições. A modalidade merece mais atenção devido à sua importância para o escoamento do trânsito, pois é sabido que um ônibus por fretamento retira 19 automóveis particulares das ruas, ainda mais quando há a realização de grandes eventos ou de muita visitação em centros de exposições”, explica Regina Rocha, turismóloga e advogada.

“As paradas e estacionamentos destinados a ônibus de fretamento, próximos a museus e parques, centro de exposições e outros locais destinados à visitação pública, facilitarião o embarque e desembarque dos turistas que fazem uso do serviço”, complementa Regina.

Segundo Toni Sando, pode ser até uma falta de planejamento estrutural dos centros destinados aos eventos. Faz-se necessária a reorganização do espaço público. De acordo com o superintendente da SPCV, é preciso rever as atuais alternativas.

“Em boa parte da situação não existem paradas para o transporte coletivo, seja ele público ou privado, e o poder público precisa trabalhar nesse sentido. Não houve um planejamento na construção dos locais de visitação para o uso dos ônibus e com isso há necessidade de repensar o modelo. Eu analiso de forma preocupante, uma cidade que busca novos visitantes, precisa oferecer mais comodidade para eles.”

Sando e Rocha partilham do pensamento sobre a criação de mais bolsões para fretados nos centros comerciais. “Os bolsões são sempre bem-vindos e seria ideal para São Paulo.”, afirma Sando.

“Muitas pessoas vão até os centros comerciais fazendo uso dos ônibus de fretamento, vindos de outras cidades e de outros estados. A construção de bolsões beneficiaria o turista, que teria mais conforto e segurança, e até os comerciantes, pois o conforto garante o retorno dos compradores. Além de trazer conforto à população, faria com que o trânsito local fluísse melhor”, reflete Regina.

A diretora da FRESP acredita que o transporte é um dos elos principais que movimentam o turismo e que, conseqüentemente, beneficiam a toda a sociedade.

“O turismo bem sucedido precisa do transporte de qualidade e infra-estrutura, pois a área é um misto de ações que conjuntas produzem efeito positivo. Há necessidade do transporte, do local destinado ao descanso, da alimentação e dos centros de compras com qualidade, pois são esses itens que fazem com que a atividade seja rentável para as cidades”, finaliza a turismóloga.


Fonte: Link Portal da Comunicação