Água, refletindo sobre este líquido tão precioso

Editoria: Vininha F. Carvalho 17/03/2010

Por ocasião do Dia Mundial da Água, comemorado em 22 de março, uma reflexão sobre os recursos hídricos se faz necessária. Escrever sobre este líquido tão precioso e tão frágil, nos faz buscar informações sobre a sua situação atual e como chegamos a ela.

É preciso buscar as relações que os seres humanos desenvolveram com este líquido que, apesar de saberem que não há possibilidades de viver sem ele, insistem em desperdiçar e poluir, para depois gastar fortunas tentando conservá-lo.

Há pouco tempo se acreditava que a água era um recurso natural infinito. Hoje este paradigma foi quebrado. Se fizermos uma análise de como as pessoas usam este recurso, verificaremos que ele é finito e continuamente mais escasso.O volume deste recurso é o mesmo desde que a Terra se formou, no entanto, o seu uso é cada vez mais diversificado.

Além do consumo humano, 70% dos recursos hídricos são utilizados para agricultura. Com a finalidade de conseguir atingir a segurança alimentar no mundo todo, os agricultores necessitam encontrar novas formas de produzir alimentos com um volume menor de água.

Além do uso demasiado, a agricultura também é responsável pela contaminação dos corpos aquáticos através do uso de produtos químicos, como agrotóxicos, fertilizantes, entre outros.

Não é só no campo que o uso indevido dos recursos hídricos gera problemas ambientais. Nas zonas urbanas estes se agravam, principalmente nas áreas de maior densidade populacional e, consequentemente, mais urbanizadas.

“Os rios e lagos recebem grande carga de esgotos domésticos, comprometendo a qualidade de vida dos que ali vivem e a própria continuidade do desenvolvimento, pois inviabilizam a disponibilidade de água para seus múltiplos usos” (MACHADO, 2007).

De acordo com dados do IBGE, 52,2% dos municípios brasileiros têm serviço de coleta, 32% só coletam e 20,2% coletam e tratam o esgoto.

A construção de estações de tratamento é um desafio que o Brasil tem que enfrentar caso queira mudar a sua situação de desigualdade no acesso à água e ao saneamento básico.

A emissão de efluentes industriais nos rios também corrobora para que o estresse hídrico seja acentuado. Esse material, dependendo de como foi utilizada a água, demandará tratamentos com tecnologias variadas. Torna-se necessário, assim, elencar os mecanismos para racionar o uso da água no setor industrial e estimular o seu reuso.

Hoje somos uma população de cerca de 6 bilhões de habitantes no planeta que necessitam do precioso líquido para sobreviver. A Organização das Nações Unidas (ONU) preocupa-se pelo fato de 1,2 bilhão de pessoas viverem em áreas de déficit hídrico e pelos 500 milhões a mais que estão ameaçadas de escassez a curto prazo.

Medidas urgentes deverão ser tomadas para transformar esta situação, tornando-a apenas mera estimativa. Para a ONU, problemas de postura e de comportamento estão no centro dessa crise: a inércia dos governantes e uma população que ainda não se deu conta da escala da calamidade.



Autoria : Etienne Antonia Ferro Duarte de Oliveira – é professora de Geografia do Colégio Módulo. Historiadora, Geógrafa, Coordenadora de Meio Ambiente é também especialista em Educação Ambiental.