Editoria: Vininha F. Carvalho 18/02/2009
Ao que tudo indica, o Carnaval em São Paulo resistiu à crise. Pelo menos, os números divulgados pela prefeitura da cidade, Liga Independente das Escolas de Samba e empresas mostram que os efeitos no setor estão sendo sentidos de forma mais branda. Os ingressos para o sábado de Carnaval no Sambódromo, por exemplo, já estão praticamente esgotados, segundo a empresa Ingressa Fácil, que comercializa o produto.
Dos 25 mil ingressos colocados à venda para o desfile das escolas, restam apenas 4 mil. A procura maior é por lugar nas arquibancadas, onde 90% do espaço já foi adquirido. Mesas e cadeiras de pistas também estão quase esgotadas. Ainda existe boa quantidade de ingressos para quem deseja assistir aos desfiles de sexta-feira.
A expectativa, segundo a Secretaria Municipal de Turismo (SPTuris), é de que compareçam ao Sambódromo cerca de 120 mil espectadores. Lotação máxima nos três primeiros dias. A prefeitura investiu R$ 19,9 milhões no Carnaval 2009, 5,04% a mais do que o ano passado, para atender às mais de 80 agremiações, entre escolas do Grupo Especial e de Acesso; escolas e blocos, bandas, além da infra-estrutura necessária para a folia. Mais R$ 3 milhões vieram de patrocinadores.
Segundo a Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo, como as escolas já se planejaram há muito tempo, os efeitos da crise ainda não foram sentidos. Em São Paulo, um desfile custa em média entre R$ 1,2 milhão e R$ 1,5 milhão.
Às vésperas do Carnaval, nas lojas especializadas da Rua 25 de março, maior centro de comércio popular do País, a maior procura é dos empresários e foliões do interior. “Quem vai desfilar no sambódromo já está com tudo pronto. No interior, onde o Carnaval é mais modesto, as compras ficam para a última hora”, diz Miguel Giorgi Jr, proprietário da Gaivota, que trabalha com produtos para artesanato, bricolagem, armarinhos, tecidos e artigos de época.
De acordo com o empresário, o comércio da Rua da 25 de março, principalmente no varejo, ainda não sentiu a crise. “Tivemos o Natal, a volta às aulas e agora o Carnaval. Em janeiro, estamos mantendo o ritmo do ano passado, o que é muito bom para períodos de crise”.
Turismo:
A cidade também deve receber, segundo a assessoria da SPturis, 30 mil turistas, expectativa de crescimento de 7,14% em relação a 2008. Eles devem movimentar durante o Carnaval 2009 cerca de R$ 45 milhões, um aumento de 12,5% em relação a 2008, gerando 25 mil empregos diretos e indiretos e movimentando 52 setores da economia local.
Presidente da Federação do Turismo de Compras de Negócios, ligada à Confederação do Turismo, Giorgi Jr. diz que o setor fatura por ano R$ 50 bilhões nas regiões do Braz, 25 de março, Bom Retiro e Santa Efigênia, com 65% dos compradores sendo de outros Estados.
“Acreditamos que este ano as vendas continuem no patamar nos anos anteriores. O comércio de rua nesta região é muito bom. Quem precisa economizar em momentos de crise procura locais onde é mais barato”.