São Paulo sediará a Mostra Contemporânea de Arte Mineira.

Editoria: Vininha F. Carvalho 05/11/2008

Com 18 apresentações de teatro, música popular, hip hop, rock, música erudita, ritos, espetáculos de rua e intervenções de artistas consagrados e novos nomes, todos mostrando trabalhos inéditos, acontece entre 18 e 23 de novembro, nas dependências do SESC Pompéia, a Mostra Contemporânea de Arte Mineira.

Idealizada pelo Grupo 3 de Teatro, companhia radicada em São Paulo, mas com integrantes mineiros, a Mostra Contemporânea de Arte Mineira representa a possibilidade de compartilhar com o público paulistano a descoberta de outros modos de fazer arte e cultura que não os hegemônicos.

Não é difícil aos brasileiros de todas as regiões, e mesmo um grande número de estrangeiros, reconhecer Minas Gerais como um pólo de excelência artística. Portanto, durante esses seis dias de intensa programação, o que se propõe é um tipo de convívio entre diferenças estético-culturais, entre a tradição e a cena contemporânea, que possa trazer dados novos para o debate sobre o estado atual da arte e cultura produzidas em Minas e no Brasil.

Para isso, foi montada uma programação diversa e inquietante que integra criadores de todos os cantos das alterosas, nas áreas de música e teatro.

Na grade musical da Mostra, os conhecidíssimos Lô Borges e Samuel Rosa abrem o festival num show que conta com três gerações do Clube da Esquina.

Aline Calixto, considerada a maior cantora de samba surgida em Minas nos últimos tempos, tocará com Miguel dos Anjos e Dois do Samba, na noite de quarta-feira.

Makely Ka, polêmico e plural, Indiana Magneto, selo revelador da nova música mineira, comandado pelo criador de sons Daniel Saavedra, e Érica Machado, com suas letras desconcertantes, farão uma quinta-feira de música inteligente e provocativa.

O hip hop do Renegado, com discurso direto e positivo, se apresentará na sexta-feira, junto com o polifônico Kiko Klaus e o som urbano de Pedro Moraes.

Representando o rock mineiro virão a Banda Monno e os irreverentes Porcas Borboletas, na noite de sábado.

A programação teatral trará espetáculos de palco e rua, além de ritos populares e contadores de histórias, todos ainda inéditos na capital paulistana.

No palco do teatro do Sesc Pompéia serão apresentados Alguns Leões Falam, da Cia. Clara; Rubros, da Cia. Bárbara; Dias Felizes: Suíte em 9 movimentos de Rita Clemente; e Deus ou o Diabo para o jagunço Riobaldo, com direção de Cida Falabella e grupo Tudo era uma vez.

Para retratar a cena teatral mineira, além dos espetáculos, virá de Belo Horizonte o Festival Cenas Curtas, do Galpão Cine Horto. Esse projeto, que em 2009 comemora 10 anos de existência, foi fundamental no fazer teatral mineiro desde sua criação, possibilitando o primeiro trabalho de grupos como a Cia. Clara e o Espanca!. Chico Pelúcio, do Grupo Galpão, compartilhará a sua experiência à frente desse projeto, antes das cinco cenas selecionadas pelo Galpão Cine Horto em parceria com a curadoria do Festival.

Na rua, a Cia. Navegantes, de Mariana, apresenta dois de seus espetáculos: o Bloconeco, um cortejo de bonecos gigantes anões e um curioso teatro de bonecos miniatura, onde a apresentação é feita para apenas um espectador de cada vez.

Também no espaço de convivência do SESC Pompéia, Contadores de História de Cordisburgo, formado por meninos e meninas de 13 a 20 anos, recuperam a tradição oral para dar voz à literatura de Guimarães Rosa.

Quando se pensa em cena contemporânea pensa-se também na contemporaneidade das nossas tradições, já que a nova geração é que mantém o futuro dos ritos e festas. Assim, a Mostra convidou os Índios Xacriabás com seus cantos sagrados e três grupos de Congado, das cidades de Peçanha, Serro e Oliveira.

Para o encerramento da Mostra, pela primeira vez em São Paulo, a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais. Sob a batuta do Maestro Fábio Mechetti, instrumentistas brasileiros se reuniram a músicos de diversas partes do mundo para integrar um dos mais ousados projetos musicais do Brasil.

Criada em fevereiro de 2008, a Filarmônica já ocupa um lugar de destaque no panorama musical brasileiro. O Octeto de Câmara da Filarmônica apresentará, no SESC Pompéia, uma peça contemporânea escolhida pelo concurso “Tinta Fresca”, enquanto os 95 integrantes da orquestra se apresentarão no Teatro do SESC Vila Mariana, interpretando peças de Debussy, Ravel e Richard Strauss.

Idealizado e produzido pelo Grupo 3 de Teatro, a I Mostra Contemporânea de Arte Mineira tem curadoria de Kiko Ferreira (música) e Guilherme Marques (teatro) e consultoria de Ricardo Aleixo.

A Mostra Contemporânea de Arte Mineira tem o patrocínio integral da Fiat Automóveis, através da Lei Rouanet de Incentivo à Cultura e apoio cultural do SESC Pompéia.

Continuidade:

Em março de 2009, o projeto fará uma degustação com apresentações dos últimos espetáculos de teatro, dança e música feitos em Minas Gerais, além de exibição de vídeos e filmes produzidos nos últimos anos por mineiros, exposição de alguns dos mais significativos artistas plásticos da atualidade e debates sobre a literatura local com a participação de escritores e poetas. Especialmente para o projeto, serão feitos ainda um espetáculo de teatro, um vídeo, três instalações inéditas e arranjos musicais.

Sobre os idealizadores:

Débora Falabella, Gabriel Paiva e Yara de Novaes fundaram o Grupo 3 de Teatro em 2005. O grupo é o realizador das bem-sucedidas montagens teatrais “A Serpente” e “O Continente Negro”, dirigido por Aderbal Freire Filho.

Fonte: Quatro Elementos Comunicação

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