Turistas brasileiros devem ter cuidado com a comunicação nos EUA

Editoria: Vininha F. Carvalho 02/07/2007

As estatísticas do setor do turismo mostram que ano a ano cresce o número de brasileiros que viaja ao exterior, principalmente para os Estados Unidos. No ano passado 525 mil brasileiros visitaram os EUA, sendo que o mês de julho, período de férias escolares no Brasil, é a principal temporada de embarque para o exterior.

Para este ano, a previsão é de 555 mil brasileiros de passagem pelo território americano. Também em 2006 foi registrado um aumento de 40% nos pedidos de visto, segundo dados da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil.

Para quem planeja engrossar a lista de brasileiros que escolhem os EUA como destino, o sucesso da viagem vai além do passaporte nas mãos. É preciso saber se comunicar para evitar gafes e mal entendidos.

Para viajar a um país de língua inglesa não basta carregar um dicionário debaixo do braço. Lembrar de alguma expressão aprendida nas aulas de inglês e usá-la em qualquer situação também não é a melhor forma de se comunicar no exterior.

Nem sempre se pode utilizar a mesma expressão em uma cidade turística e em um hotel de luxo. O coordenador do CCBEU (Centro Cultural Brasil-Estados Unidos) em Campinas, Henry Grant, dá algumas orientações para os turistas desenferrujarem o inglês e não cometerem gafes.



Ser formal ou informal?

Normalmente, nas viagens turísticas, o diálogo pode ser mais informal, permitindo o uso de gírias ou expressões coloquiais. Interjeições muito comuns que podem expressar admiração por um ponto turístico como absolutely awesome! (maravihoso), Wow! (uau) ou What a view! (que vista linda) são bem aceitas, porém são expressões que podem ser usadas apenas na comunicação oral e não na escrita.

Cumprimentos:

Na hora de cumprimentar deve-se observar o ambiente e o grau de intimidade que o turista tem com o interlocutor. Se o hóspede disser ao funcionário de um hotel hey man, what´s up? (e aí, como está?) ou hi there (olá) e tiver intimidade suficiente vai passar a imagem de ser uma pessoa comunicativa e informal. Por outro lado, se o hóspede for se dirigir ao gerente ou outra pessoa com cargo de autoridade deve ter uma postura mais formal. Se utilizar uma expressão mais informal pode se passar por espaçoso e inadequado. Para não errar, o good morning (bom dia) é a melhor opção.


Abordagem :

Se o turista precisar de uma informação ou ajuda e precisar interromper o que uma pessoa estiver fazendo é aconselhável que se adote a linguagem um pouco mais formal para ela não fugir do contato. Se precisar pedir informação a um pedestre na rua, por exemplo, pode dizer I wonder if you could help me? Could you tell me where the Metropolitan museum is? (Estava pensando se você poderia me ajudar. Você poderia me dizer onde é o Museu Metropolitano?). Assim o turista mostra ao pedestre que é educado e não oferece perigo.

Já a maneira mais informal, como Which way is the Metropolitan museum? (Qual é o caminho do Museu?) pode assustar o informante e provavelmente deixará o turista sem resposta. Usar uma frase longa demais também não é recomendável. Dizer Excuse me, I hope you don´t mind my asking but could you possibly tell me the way to the Metropolitam museum (Com licença, eu espero que você não se importe com a minha pergunta, mas você poderia possivelmente me dizer o caminho para o Museu?) pode soar pedante.


Situações:

O importante é adequar o tom aos seus objetivos e ao interlocutor. Como regra geral é recomendável o turista usar termos mais neutros em viagens. Em locais mais simples e informais a utilização de linguagem mais neutra complementada com expressões coloquiais é de bom tom. Já em hotéis mais luxuosos a linguagem formal seria mais adequada à cultura do local para manter a imagem de sofisticação. Porém, se o turista estiver em um bar trocando histórias pessoais termos mais informais como you know something (você sabe) ou guess what (adivinhe) são mais apropriados.

Falsos cognatos

Mais conhecidas como "falsos amigos", os falsos cognatos são palavras que têm escritas semelhantes em português e inglês, mas seus significados são completamente diferentes. A palavra liquidate, por exemplo, não é uma liquidação de loja. Liquidate significa decretar falência de uma empresa e liquidator é a pessoa responsável por esse processo. Liquidação de loja é sale e liquidificador é blender.

Para liquidar um assunto a expressão mais utilizada é put an end to this discussion. Se o turista quer ir a uma loja deve procurar por store ou department store e não por magazine que em inglês significa revista. Se for pedir um bife peça um steak e não um beef. Se for à farmácia diga que precisa de algo para cold e não para gripe.

Como última dica, o coordenador do CCBEU, Henry Grant, lembra ainda que falar rápido para demonstrar fluência sem dominar o idioma prejudica muito o diálogo. Os erros e a fala rápida dificultam o entendimento. Traduzir as frases ao pé da letra também é um erro.

O turista pode dizer catch a ball in the air (pegar a bola no ar), mas deve falar pick them up at the airport (pega-los no aeroporto). "Comunicar é preciso. “Não deixe de fazer por medo de errar, mas se você acertar no tom e nas palavras é muito melhor", conclui Grant.





Fonte: Centro Cultural Brasil Estados Unidos (CCBEU)