Queda do dólar e o turismo doméstico

Editoria: Vininha F. Carvalho 25/07/2007

Preocupação é o primeiro sentimento do empresário voltado ao segmento de turismo doméstico ao constatar a valorização do real frente ao dólar, aparentemente irreversível em curto prazo. “Pronto, vai todo mundo viajar para o Exterior” é a inevitável frase que vem à mente.

De fato, a questão cambial tem relevância na escolha de uma viagem, mas há outros fatores determinantes, dentre eles o grau de atratividade de um destino. Neste aspecto, poucos países oferecem tantas opções quanto o Brasil.

Praias paradisíacas, hospitalidade, clima excepcional, diversidade geográfica, grandes festas populares, riqueza cultural, rede hoteleira de primeiro mundo, gastronomia inigualável e exuberantes reservas ambientais protegidas são alguns dos atrativos que enchem os olhos do turista no momento de decidir sobre as férias.

Passeios que eram privilégios tornaram-se acessíveis a muitos brasileiros. Por causa da popularização de alguns pontos, o setor de turismo viu-se obrigado a encontrar novos lugares e, dessa forma, cidades que eram pouco ou nada conhecidas tornaram-se grande fonte de renda para os habitantes. Costa do Sauípe e Jericoacoara, além da Costa Sul do Litoral Norte de São Paulo, como Cambury e Juqueí, dentre outros locais, são alguns dos pontos turísticos desbravados recentemente.

Com tantos lugares e atrativos para se explorar dentro do país, muitos brasileiros preferem viagens nacionais às internacionais, mesmo com a recente queda do dólar. E este aumento percentual no fluxo do turismo interno representa um beneficio que atinge o setor como um todo.

Dessa maneira, o setor deveria unir-se e concentrar esforços para atender e incentivar o turismo nacional. A preocupação com os visitantes que saem do país deve ser deixada um pouco de lado, quando a grande maioria ainda opta por passar as férias no Brasil.

Parte fundamental desse esforço é a constante melhoria dos serviços prestados ao turista, num processo amplo, que deve envolver a rede hoteleira, restaurantes, prestadores de serviços em cada localidade, taxistas e até mesmo o setor público, considerando que infra-estrutura de transportes, limpeza e urbanismo são fatores importantes para o bem-estar dos visitantes.

Inegavelmente, o Brasil tem o mais atrativo patrimônio turístico do mundo. Isto já lhe garante um fluxo importante no plano doméstico e um razoável movimento de visitantes estrangeiros. Com ou sem a influência do câmbio, podemos transformar o turismo em uma de nossas mais rentáveis fontes de divisas, se o tratarmos com o profissionalismo de um segmento incluído entre os mais dinâmicos e rentáveis do mundo.



Autoria : Paulo Costa, advogado, é administrador da Pousada Villa Camboa.

Fonte: Viveiros