Estudo sobre economia do turismo vai apoiar tomada de decisões do setor

Editoria: Vininha F. Carvalho 06/02/2007

Os números inéditos apresentados nesta quarta-feira (31/01) pelo estudo do Ministério do Turismo/EMBRATUR (Instituto Brasileiro de Turismo) e Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão/IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) comprovam a dimensão do turismo na economia brasileira.

A pesquisa foi motivo de entrevista coletiva realizada na sede do IBGE, no Rio de Janeiro (RJ), com a participação do diretor de Estudos e Pesquisas da EMBRATUR, José Francisco de Salles Lopes, da diretora de pesquisas do IBGE, Wasmalia Bivar, e do coordenador das Contas Nacionais (CONAC), Roberto Olinto.

O objetivo do estudo é detalhar os números do setor. E, com as características analisadas, instrumentar a elaboração da Conta Satélite do Turismo, conforme definição da Organização Mundial de Turismo (OMT) em relação às informações essenciais do setor para a receita nacional. A metodologia envolveu o cruzamento de informações da Pesquisa Anual de Serviços (PAS), da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) e, por último, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad).

"É o primeiro instrumento que visa à criação do Sistema de Estatísticas do Turismo, a partir de dados extraídos das pesquisas do IBGE. Com esse estudo, podemos conhecer melhor tanto o turista, que tecnicamente é aquele que consome em outro lugar que não o de origem, quanto as condições dos fornecedores de produtos e serviços para a realização do turismo", disse Lopes.

Guilherme Telles, técnico do CONAC, explicou alguns pontos específicos da pesquisa: "O resultado reflete o cenário brasileiro. São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, por exemplo, representam metade dos gastos com turismo no País. Esses gastos acontecem, em maior parcela, na indústria da alimentação. Justamente o que acaba ficando com o maior percentual de receita. Por outro lado, essas empresas, que são muitas, têm menor lucro em média do que as de aviação, com poucas marcas, mas com lucro maior", disse Telles. Ele ainda ressaltou que o fato da pesquisa utilizar dados do ano de 2003 não a deixa defasada, pois, em curto prazo, as mudanças são pequenas.

Com relação à escolaridade, a maior parte dos empregados no turismo brasileiro estudou de 4 a 10 anos, seguida por trabalhadores com tempo de estudo dentre 11 a 14 anos. A faixa salarial média de empregados nos setores de alimentação e alojamento é de cerca de R$ 500, enquanto o valor para ocupantes de postos nos setores de transporte aquaviário e aéreo passa de R$ 2.500.

"Em 2003, as 5,4 milhões de pessoas ocupadas tinham o seguinte perfil: homem, empregado com carteira assinada e rendimento médio de R$ 662,00", destacou Guilherme Telles.

Os gastos das famílias brasileiras com viagens representaram 1,7% do total do orçamento familiar. E a maior parcela destes gastos destinou-se à alimentação (R$ 23,7 bi). A seguir aparecem os gastos com as empresas aéreas (R$ 18,6 bi) e com auxiliares de serviços de transportes (R$ 10,1 bi). O setor de alimentação ainda é o que mais emprega e mais gasta com salários, devido ao grande número de pequenas empresas. As empresas de pequeno porte são responsáveis por 97,2% dos serviços relacionados ao turismo. Dessas, 79,9% são da área de alimentação.

Para o diretor da EMBRATUR, os resultados da pesquisa mostram a importância de todos os setores: "O turismo sobrevive e exige serviços de transportes, de alimentação, da rede hoteleira, dos operadores e agências de viagem, locadoras de automóveis, etc. Enfim, não se pode privilegiar nem um, nem outro. O desafio - e para isso foi realizado nosso estudo - é suprir as carências e empregar cada vez mais. Já que somos grandes empregadores no País e devemos dar atenção especial para todas áreas de atendimento ao turista, seja ele brasileiro ou estrangeiro".

Lopes também se mostrou otimista com a recuperação dos transportes aéreos: "A crise da Varig e da aviação está sendo contornada paulatinamente. Nos vôos internos, o que perdemos, conseguimos substituir. Já em relação às freqüências internacionais tem sido um pouco mais difícil. Mas, mesmo perdendo cerca de 480 mil assentos em vôos internacionais, superamos em 11,77% os gastos de turistas estrangeiros no país, que passaram de US$ 3,861 bi em 2005, para US$ 4,316 em 2006”.

Ele completa destacando o papel do próprio Ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia, na concretização do novo estudo e na busca do desenvolvimento do setor: “Importante ressaltar o empenho e determinação do Ministro no sentido da criação da base de dados do turismo brasileiro, estabelecendo condições para a definição de políticas públicas e a tomada de decisões empresariais quanto à realização de investimentos è expansão de seus empreendimentos”.

Assessoria de Comunicação da

Fonte: Embratur