As diversas formas de se falar inglês

Editoria: Vininha F. Carvalho 17/01/2007

Para viajar a um país de língua inglesa não basta carregar um dicionário debaixo do braço. Se lembrar de alguma expressão que aprendeu na aula de inglês e usar em qualquer situação também não é a melhor forma de se comunicar no exterior.

Nem sempre se pode utilizar a mesma expressão em um city tour e em um hotel de luxo. O coordenador do Centro Cultural Brasil-Estados Unidos (CCBEU) de Campinas, Henry Grant, dá algumas orientações para os turistas desenferrujarem o inglês e não cometerem gafes.


Ser formal ou informal?

Normalmente nas viagens turísticas o diálogo pode ser mais informal, permitindo o uso de gírias ou expressões coloquiais. Interjeições muito comuns que podem expressar admiração por um ponto turístico em um city tour como “absolutely awesome!” , ‘Wow!” ou “What a view!” são bem aceitas. Porém são expressões que podem ser usadas apenas na comunicação oral e não na escrita.


Cumprimentos:

Na hora de cumprimentar deve-se observar o ambiente e o grau de intimidade que o turista tem com o interlocutor. Se o hóspede disser ao funcionário de um hotel “hey man, what’s up?” ou “hi there” e tiver intimidade suficiente vai passar a imagem de ser uma pessoa comunicativa e informal. Por outro lado, se o hóspede for se dirigir ao gerente ou outra pessoa com cargo de autoridade deve ter uma postura mais formal. Se utilizar uma expressão mais informal pode se passar por espaçoso e inadequado. Para não errar o “good morning” é a melhor opção em situações formais.


Abordagem:

Se o turista precisar de uma informação ou ajuda e precisar interromper o que uma pessoa estiver fazendo é aconselhável que se adote a linguagem um pouco mais formal para ela não fugir do contato. Se precisar pedir informação a um pedestre na rua, por exemplo, pode dizer “I wonder if you could help me? Could you tell me where the Metropolitan museum is?”.

Assim o turista mostra ao pedestre que é educado e não oferece perigo. Já a maneira mais informal, como “Which way’s the Metropolitan museum?” pode assustar o informante e provavelmente deixará o turista sem resposta. Usar uma frase longa demais também não é recomendável. Dizer “Excuse me, I hope you don’t mind my asking but could you possibly tell me the way to the Metropolitam museum” pode soar pedante.


Situações:

O importante é adequar o tom aos seus objetivos e ao interlocutor. Como regra geral é recomendável o turista usar termos mais neutros em viagens. Em locais mais simples e informais a utilização de linguagem mais neutra complementada com expressões coloquiais é de bom tom.

Já em hotéis mais luxuosos a linguagem formal seria mais adequada à cultura do local para manter a imagem de sofisticação. Porém, se o turista estiver em um bar trocando histórias pessoais termos mais informais como “you know something” ou “guess what” são mais apropriados.


Inglês dos Estados Unidos X Inglês da Inglaterra:

Pequenas diferenças entre o inglês norte-americano e o britânico podem mudar o sentido de uma expressão. Por exemplo, a expressão “What’s up” nos Estados Unidos é usada para dizer “tudo bem?”. Já na Inglaterra o termo é entendido como “qual é o problema?”. A expressão “I was pissed” em inglês norte-americano indica que a pessoa ficou zangada. O britânico diria “I was pissed off”. Se ele diz apenas “I was pissed” traz o significado informal de ter se urinado.

Entre homens na Inglaterra em situações informais é possível ouvir expressões como “bloody” ou “shitty” (que são ofensivas). Mas utilizá-las em um ambiente de pessoas religiosas ou preocupadas com a precisão da linguagem pode ser desrespeitoso.

Nos Estados Unidos em situações semelhantes a palavra “shit” é muito usada, como podemos ver em filmes, mas deve ser evitada na presença de pessoas mais refinadas. Portanto para não cometer gafes é aconselhável evitar linguagem chula. A palavra “rubber” também provoca muita confusão. Nos dois países ela compreende a palavra “borracha”. A borracha que se usa para apagar erros no caderno é chamada nos Estados Unidos de “eraser”. Lá “rubber” é um apelido para preservativo. Já no inglês britânico a borracha escolar é chamada de “rubber”. Um engano com essas palavras pode provocar risos ou constrangimento.


Falsos cognatos:

Mais conhecidas como “falsos amigos” são palavras que tem escritas semelhantes em português e inglês, mas seus significados são completamente diferentes. A palavra “liquidate”, por exemplo, não é uma liquidação de loja. “Liquidate” significa decretar falência de uma empresa e “liquidator” é a pessoa responsável por esse processo. Liquidação de loja é “sale” e liquidificador é “blender”.

Para liquidar um assunto a expressão mais utilizada é “put an end to this discussion”. Se o turista quer ir a uma loja deve procurar por “store” ou “department store” e não por “magazine” que em inglês significa revista. Se for pedir um bife peça um “steak” e não um “beef”. Se for à farmácia diga que precisa de algo para “cold” porque se disser “gripe” estará comprando remédio para a árvore Chorão.

O coordenador do CCBEU, Henry Grant, lembra ainda que falar rápido para demonstrar fluência sem dominar o idioma prejudica muito o diálogo. Os erros e a fala rápida dificultam o entendimento. Traduzir as frases ao pé da letra também é um erro.

O turista pode dizer “catch a ball in the air” (pegar a bola no ar), mas deve falar “pick them up at the airport” (pegar eles no aeroporto). “Comunicar é preciso. Não deixe de fazer por medo de errar, mas se você acertar no tom e nas palavras é muito melhor”, conclui Grant.



Fonte: Centro Cultural Brasil-Estados Unidos