Estatais investem e impulsionam o esporte brasileiro

Editoria: Vininha F. Carvalho 12/03/2007

As estatais brasileiras têm investido pesado no desenvolvimento do esporte nacional. Somente em 2006, os investimentos em patrocínio nas mais diversas modalidades somaram R$ 194 milhões, um crescimento de 174% em relação a 2003, ano em que o Brasil foi escolhido sede dos XV Jogos Pan-americanos.

Para o diretor de patrocínio da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), Roberto Nascimento, o aumento progressivo nos investimentos esportivos acompanha a atual política esportiva do país, que prima pela diversificação das fontes de financiamento do esporte, assim como a formação de uma rede de cooperação entre governo e sociedade.

“O crescimento do apoio financeiro ao esporte representa o esforço do governo federal em criar maior sinergia entre o repasse de investimentos públicos e as políticas governamentais setoriais”, afirmou.

Muito mais do que simples patrocínios, os investimentos federais em esportes são verdadeiras parcerias. Ao se transferir suporte financeiro às confederações, se criam condições de treinamentos aos atletas e de crescimento do esporte, ao mesmo tempo em que favorece a visibilidade e a associação da marca da instituição aos valores do esporte.

O advento do voleibol nacional é um dos mais claros exemplos de como o investimento público pode contribuir para impulsionar o Brasil rumo à elite do esporte mundial. Desde 1991, o Banco do Brasil investe na modalidade. De lá pra cá, as seleções brasileiras têm acumulados prêmios e competições e, conseqüentemente, garimpado espaço nos corações dos torcedores. De acordo com pesquisa realizada pelo instituto Datafolha, o vôlei é o segundo esporte na preferência do brasileiro. O investimento também contribui para rejuvenescer a marca Banco do Brasil e aproximar a instituição do público jovem.

“As empresas perceberam que associar sua imagem institucional a uma equipe esportiva tem retorno significativo, sobretudo àquelas que competem mais no mercado e precisam de maior visibilidade”, ressaltou Nascimento.

O presidente da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), Paulo Texeira, destaca que o retorno de mídia também contribui para o crescimento da própria modalidade, já que a exposição nos veículos de comunicação motiva o interesse de jovens e crianças pela prática do esporte.

Patrocinado pela Infraero desde setembro de 2005, o judô brasileiro não se desenvolveu apenas nos tatames competitivos. A parceria com a estatal também favoreceu a criação do projeto social Avança Judô, que atende a 1200 crianças de 7 a 14 anos em situação de risco, com planos de expansão previstos para maio. Para Teixeira, o patrocínio é uma forma das instituições públicas transferirem seus ganhos em benefício de toda sociedade. “É um compromisso e uma forma de retornar à comunidade como um todo. O esporte é um mecanismo social positivo, que transmite alegria, respeito e valores”, conclui.


As estatais e o Pan
Três estatais brasileiras também financiam a realização dos XV Jogos Pan-americanos. Petrobras, Caixa Econômica Federal e Correios investiram, juntas, R$ 143,5 milhões no evento. “Por ser uma das maiores empresas da América, nada melhor do que apoiar o maior evento esportivo do continente”, diz Cláudio Thompson, gerente de patrocínio da Petrobras, ao anunciar as ações de marketing esportivo da empresa no início do ano.

Longe de oportunismos, não é de hoje que esses três gigantes brasileiros apóiam o esporte nacional. Os recursos da Petrobras ajudaram a tornar o handebol brasileiro o número um das Américas e ainda garantem o crescente desenvolvimento do automobilismo, surfe e tênis nacional.

O handebol segue o caminho dos esportes aquáticos, que trilharam uma trajetória de sucesso e têm, atualmente, as melhores equipes de natação, pólo aquático, saltos ornamentais e nado sincronizado de toda história. O presidente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), Coaracy Nunes é enfático ao creditar o sucesso nas piscinas ao financiamento federal. “Os Correios são a alma dos esportes aquáticos brasileiros. A parceria garante condições de treinamento aos atletas e conseqüentes bons resultados”, afirma. O Futsal, modalidade que estréia nesta edição dos Jogos Pan-americanos, também recebe apoio financeiro dos Correios.

O atletismo, esporte que já se mostrou eficiente na abertura de caminhos para a inclusão social de crianças e adolescentes, e a ginástica artística brasileira, que tem dado grandes alegrias a torcida brasileira são patrocinados pela Caixa. A instituição também iniciou, em 2004, ainda antes das Paraolimpíadas de Atenas, uma parceria com o Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB). O resultado foi o melhor alcançado pelo Brasil em uma Paraolimpíada: 33 medalhas, 14 de ouro.

O presidente do CPB elogia a iniciativa da Caixa. Enfatiza que a atuação da estatal é importante para o desenvolvimento do esporte adaptado no País. "Desde o início da parceria, as conquistas do nosso movimento foram consideravelmente ampliadas e tenho convicção de que no Parapan teremos também inúmeras vitórias. Com certeza, nossos talentos vão superar mais esse desafio", afirma.


Fonte: Ascom - Ministério do Esporte