A necessidade de fazer um planejamento das viagens de fim de ano

Editoria: Vininha F. Carvalho 29/11/2006

Não existe época do ano certa para os sonhos se realizarem, principalmente quando o desejo é de conhecer aquele lugar em que só se vê nas revistas e nos catálogos das agências de turismo. Mas como no período entre o final e o início do ano existem as férias escolares, muitas famílias aproveitam para visitar lugares no Brasil ou mundo afora.

Dependendo do destino e da duração da viagem, o seu planejamento deve começar cerca de um ano antes da partida com uma simples pesquisa das opções de condução e estadia. As flutuações do dólar também devem ser acompanhadas de perto, pois alteram diretamente os valores.

Uma dica interessante é não se prender somente às agências de viagens, que comercializam pacotes fechados com tudo (ou quase tudo) incluído. Na maioria das vezes, a pesquisa "in loco", ou seja, diretamente com hotéis e pousadas do destino escolhido traz resultados mais vantajosos e pode ser feita facilmente por e-mail. Havendo a barreira do idioma, sempre encontramos algum amigo que pode dar aquela traduzida salvadora...

O Banco Central divulgou na última semana os valores gastos por brasileiros no exterior, nos nove primeiros meses desse ano. Comparados com o mesmo período no ano passado, os brasileiros gastaram 22,8% a mais: R$ 4,7 bilhões, contra R$ 3,3 bi.

Esses valores incluem os turistas que vão para o exterior a trabalho ou passeio, suas compras e passagens aéreas. Para se ter uma idéia, o valor gasto por turistas estrangeiros no Brasil, de janeiro a outubro de 2006, foi de R$ 3,5 bi, gerando um déficit de R$ 1,2 bi. Infelizmente, devido a nossa pobre política nacional de turismo, os destinos no exterior se apresentam com valores mais compensadores do que os nacionais, o que explica, em parte, essa diferença.

Uma viagem não deve ter os seus momentos de prazer resumidos aos dias da sua duração. Com o devido planejamento, o passeio não vai comprometer a renda familiar e as suas lembranças vão permanecer na memória sem a culpa de ter gastado o que não podia. Para isso, caso escolha viajar por um pacote, evite dividir o seu pagamento a perder de vista e ficar pagando poucos dias de diversão pelo resto do ano.

Caso isso seja inevitável (sua renda não permita o pagamento à vista ou em poucas parcelas), procure iniciar o pagamento antes para que o último pagamento seja descontado numa data próxima da viagem. Nesse caso, mesmo que haja algum problema financeiro e você tenha de parar os pagamentos, não cairá numa dívida e ainda terá o pagamento devolvido. Não se esqueça também de calcular os gastos do que não será coberto pelo pacote (refeições, lembranças, etc). Vale lembrar que, principalmente para os estudantes, há opções de pousadas baratas e de qualidade no mundo todo.

Na verdade, não existe muito segredo. Quem já compra com o devido planejamento e não cai nas armadilhas do consumismo, não vai ter problemas com suas viagens. Não é só porque tal lugar é o “pico do momento” que você vai correndo para lá, certo? O que me resta é desejar boa viagem!


Autoria: Cláudio Boriola - Consultor Financeiro, Conferencista, Especialista em Economia Doméstica e Direitos do Consumidor. Fundador e Presidente da Boriola Consultoria (www.boriola.com.br) empresa criada há mais de doze anos. Autor dos livros Paz, Saúde e Crédito - Práticas de Negociação - De Um tostão a Um Milhão e do Projeto para inclusão da disciplina Edcucação Financeira nas Escolas.