Obra divulga diversidade da flora medicinal do cerrado

Editoria: Vininha F. Carvalho 03/07/2006

A rica flora do cerrado encerra múltiplas possibilidades de usos, do alimentício e têxtil ao apícola e ornamental. Dentre estas atividades, destacam-se o levantamento, identificação e cultivo de plantas medicinais, que representam neste bioma uma inesgotável fonte de informações para a seleção de espécies vegetais a fim de realizar estudos farmacológicos, químicos e toxicológicos potenciais para a produção de fitoterápicos ou fitofármacos.

Plantas medicinais do cerrado de Botucatu - Guia ilustrado traz informações sobre plantas com potencial medicinal encontradas em áreas de cerrado do município de Botucatu, estado de São Paulo. Resultado de um trabalho realizado entre abril de 2004 e julho de 2005, recupera parte desta vasta diversidade química, só comparável à enorme diversidade de espécies vegetais do cerrado praticamente inexplorada pela ciência.

Além disso, utilizando-se de informações da medicina popular e tradicional, abre-se caminho para a exploração sustentável das potencialidades deste bioma, que sofre uma contínua devastação e já figura na relação dos dezessete ecossistemas mais degradados do planeta.

A partir de consultas a diversas fontes que sistematizam conhecimentos populares e científicos sobre o tema, foram listadas as espécies com potencial medicinal. Em seguida, os autores foram a campo localizar, coletar e fotografar as plantas e chegaram às 72 espécies de plantas medicinais descritas e ilustradas neste lançamento da Editora UNESP.

De cada planta, são fornecidos os seguintes dados: família a que pertence, nome científico, sinonímia (quando houver), nome popular, características da planta (hábito, porte, informações das folhas, flores e frutos, época de florescimento e frutificação, quando observadas) e suas indicações terapêuticas com base na literatura consultada.

O uso comprovado de cada planta é indicado apenas quando há informações baseadas em ensaios clínicos, já que o foco principal é divulgar a diversidade da flora medicinal do cerrado regional e dar subsídio para novas pesquisas farmacológicas.


Sobre os autores:

Beatriz Castro Maroni é bióloga graduada pelo Instituto de Biociências da UNESP, câmpus de Botucatu, especialista em Conservação e Educação Ambiental e fotógrafa amadora.

Luiz Cláudio Di Stasi é professor adjunto do Departamento de Farmacologia do Instituto de Biociências da UNESP, câmpus de Botucatu. É mestre em Farmacologia pela Escola Paulista de Medicina, doutor em Química Orgânica pelo Instituto de Química da UNESP, câmpus de Araraquara e pós-doutorado em Farmacologia de Produtos Naturais pela Faculdade de Farmácia, da Universidade de Granada, Espanha.

Silvia Rodrigues Machado é bióloga, PhD em Botânica pela USP, professora e pesquisadora do Instituto de Biociências da UNESP, câmpus Botucatu.

Fonte: UNESP

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