Produzir alimentos é a principal fonte de consumo

Editoria: Vininha F. Carvalho 21/06/2006

O principal uso da água é, sem dúvida nenhuma, na agricultura. O Conselho Mundial da Água estima que o setor seja responsável por 66% do consumo, cabendo à indústria 20%, ao consumo doméstico 10% e outros 4% à evaporação natural nos reservatórios.

Numa economia mundial cada vez mais integrada, a escassez de água cruza fronteiras, podendo ser citado como exemplo o comércio internacional de grãos, em que são necessárias mil toneladas de água para produzir uma tonelada de grãos. Por isso, a importação de grãos é a maneira mais eficiente que muitos países ricos encontraram para superar seu déficit hídrico e “importarem” água dos países em desenvolvimento.

Por causa do crescimento da irrigação, alguns especialistas calculam a exaustão anual dos aqüíferos em 160 bilhões de m³. Dados citados pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) revelam que os lençóis freáticos estão hoje caindo nas principais regiões produtoras de alimentos, como a planície norte da China, o Punjab na Índia e o sul das grandes planícies dos Estados Unidos.

Na visão dos ambientalistas, da mesma forma que o mundo elevou a produtividade da terra há meio século, quando as fronteiras agrícolas foram expandidas, agora a questão crucial é aumentar a produtividade hídrica. A mudança para tecnologias, lavouras e formas de proteína animal mais eficientes em termos de economia de água são meios para se alcançar este objetivo, processo que será mais rápido se o preço da água for mais representativo de seu efetivo valor.

– O primeiro passo é eliminar os subsídios da água, que incentivam a ineficiência e o desperdício. O segundo passo é aumentar o preço da água, para refletir seu custo – defendeu o engenheiro Eduardo Mazzolenis de Oliveira, da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental de São Paulo (Cetesb), em recente simpósio na capital paulista.

Fonte: Jornal do Senado