Diversidade de investimentos leva ao sucesso, dizem especialistas

Editoria: Vininha F. Carvalho 17/11/2005

Um palhaço, um jornalista, um navegador e um consultor de empresas. Pode ser difícil identificar, num primeiro momento, o que esses profissionais têm em comum. Mas, com pouco tempo de conversa é possível perceber que Ângelo Brandini, ator e integrante do Doutores da Alegria; Ethevaldo Siqueira, jornalista; Amyr Klink, navegador; e Eduardo Shana, consultor de empresas, são empreendedores natos.

A potencialidade e como utilizar a característica empreendedora para desenvolver seu empreendimento ou mudar a vida das pessoas foi o que eles expuseram no talk show conduzido pelo jornalista e apresentador de telejornal, Paulo Henrique Amorim, durante o XI Encontro Internacional de Empreendedores, realizado até sábado (5/11), em Porto Seguro, BA.

Com o tema "Passando o Futuro a Limpo", os quatro palestrantes explicaram a uma platéia de 1,7 mil pessoas, a maioria empresários ou futuros empreendedores, que a arte de empreender está mais focada no planejamento que se faz. Seja num hospital levando alegria a crianças doentes, seja percorrendo o mundo em um barco, seja prestando consultoria em empresas ou avaliando e prospectando o poder da comunicação nas organizações, o empreendedorismo é fator primordial para o sucesso de um negócio.

Eduardo Shana disse que o dia-a-dia é feito dos mais variados eventos, divididos entres os tempos que dispomos. "Aprender a administrar o tempo reduz a desinformação e canaliza esforços competentes", acredita.

Amyr Klink afirma que, mesmo tendo percorrido 250 mil milhas, o exercício de aprendizado é sempre contínuo. "Já fui quatorze vezes à Antártica. Estou me preparando para ir mais uma vez, agora com minha mulher e minhas três filhas, no fim do ano, e acredito que sempre há espaço para aprender alguma coisa", disse. Amyr comentou que todos temos a tendência de querermos resolver os problemas pela força e pela imposição.

"Quando se está em uma situação onde não há chance para o risco ou para pedir ajuda, é preciso mais cautela do que se pensa", disse, fazendo referência a uma de suas viagens à Antártica quando se deparou com uma muralha de gelo com mais de 95 quilômetros de altura.

"Com os empreendedores, no dia-a-dia é a mesma coisa", afirma o jornalista Ethevaldo Siqueira. Para ele, é preciso, então, focar nos investimentos em tecnologia para se alcançar o futuro e o desenvolvimento do negócio.

"Quem aqui tem um blog? Vocês sabiam que um estudo dá conta de que em 2.043 os jornais impressos serão substituídos pelas notícias em blogs? Isso é o futuro e temos que nos preparar para ele", argumentou.

Segundo Siqueira, o empreendedor que hoje se utiliza da tecnologia para realizar transações B2B (Business x business, ou seja, empresa x empresa) ou B2C (business x consumer, ou seja, empresa x consumidor) já está no topo da onda a caminho do futuro. Mesmo nas três áreas promissoras - alimentos, educação e entretenimento - é possível inserir a tecnologia e ganhar dinheiro com isso.

Ângelo Brandini, um dos integrantes do Doutores da Alegria, explicou que o empreendedorismo social é uma linha pouco difundida, mas que vem crescendo no mercado. Com 13 anos de estrada e atuando em 12 hospitais de São Paulo, Rio de Janeiro e Recife, os doutores-palhaços já atenderam 350 mil crianças hospitalizadas.

"Queremos tirá-las da passividade em que se encontram, criando um momento de interação com essas crianças. Só entramos em seu quarto se a criança permitir. Não impomos nada", disse.

Para Ângelo, o "pedir licença" é uma característica que agrega e cativa, o contrário da imposição, muito utilizada ainda em empresas. "O palhaço está voltando para a sociedade. Sou palhaço por escolha. Fiz MBA para ser palhaço e quero proporcionar esse bem estar às pessoas", disse.



Fonte: Agência Sebrae de Notícias