Niemeyer projeta mirante para observar águas na Amazônia

Editoria: Vininha F. Carvalho 11/11/2005

A Prefeitura de Manaus (AM) confirmou na quarta-feira (9/11) que contratou o arquiteto Oscar Niemeyer para projetar um mirante para a observação de um dos principais cartões-postais da Amazônia, o encontro das águas dos rios Negro e Solimões.

O mirante será construído até 2006 na localidade da Ponta das Lajes, que fica na margem esquerda do rio Negro, na zona leste da cidade. O local, de 124 mil m2, tem uma visão privilegiada do encontro dos rios, os dois principais do rio Amazonas.

O encontro das águas é um fenômeno natural provocado pela confluência das águas escuras do rio Negro com as águas barrentas do rio Solimões. Por uma extensão de mais de 6 km, as águas dos dois rios correm lado a lado sem se misturar. Para observar o fenômeno, os turistas fretam embarcações.

Nesta semana, Oscar Niemeyer começou a enviar as primeiras partes do projeto executivo da obra, que foi discutida em abril, em na casa dele no Rio de Janeiro, em um encontro com o vice-prefeito de Manaus, Mário Frota (PDT), e o presidente do Implurb - Instituto Municipal de Planejamento Urbano, engenheiro Carlos Valente. O projeto custou R$ 600 mil.

Compõe o projeto arquitetônico do mirante, um museu, uma edificação em côncavo e duas formas em concreto, com 20 m de altura cada uma, que se encontram nas extremidades, um restaurante com janelas panorâmicas e um parque, que já tem exemplares de árvores nativas da região. Preliminarmente o projeto está sendo chamado de "Memorial das Águas".

Na quarta-feira por telefone, Oscar Niemeyer, disse à Folha de São Paulo que se inspirou na floresta amazônica e no próprio encontro dos rios Negro e Solimões para projetar sua primeira obra de arquitetura e engenharia na Amazônia.

"A Amazônia é um lugar fantástico, tem o rio, o encontro dos rios, um lugar assim muito importante. A arquitetura procura refletir esse encontro das águas e sua beleza", afirmou Niemeyer.

Como não viaja mais de avião, o arquiteto disse que sua equipe estará acompanhando a execução do projeto em Manaus. Ele não comparecerá a inauguração, prevista para 2006. "Eu já viajei muito, agora não viajo mais. Eu vou ler os jornais para ver se gostaram."


Fonte: Folha Online