Brasil pode perder chance de intensificar turismo

Editoria: Vininha F. Carvalho 14/07/2005

O Brasil, vendido para o mundo como a terra do Carnaval, das praias e dos biquínis, não está explorando seu potencial turístico e pode perder a chance de se transformar em um grande destino de viagens, afirmaram pessoas do setor na segunda-feira.

Participantes da conferência internacional Destination Brazil 2005, realizada no Rio de Janeiro, disseram que o governo e as empresas do setor precisavam gastar de forma mais agressiva construindo novos hotéis, melhorando os serviços e fazendo mais anúncios para atrair turistas.

"Há uma crença popular no Brasil de que o país é turístico. Mas ele não o é se analisarmos os números", afirmou Pedro Fortes, diretor da Associação da Indústria Hoteleira do Brasil.

O país recebeu menos de 1 por cento do fluxo internacional de turismo, disse Fortes.

Realmente, os 4,6 milhões de pessoas que visitam o Brasil, um país com mais de 8.000 quilômetros de praias, uma rica cultura e uma grande biodiversidade, são superadas facilmente pelos 42 milhões que viajam anualmente para a Espanha ou os 52 milhões que visitam todo ano os EUA.

"Com a guerra contra o terrorismo sendo travada em todo o mundo, as rotas tradicionais de turismo mudaram e essa é uma oportunidade de ouro para o Brasil. A hora de agir é agora", afirmou Liberal Lopes, presidente da empresa de turismo Skyline, com sede nos EUA, e chefe da Associação de Operadoras de Tours pelo Brasil.

O governo pretende dobrar o número de turistas que visita o país anualmente até 2007, para 9 milhões. Mas pessoas do setor mostram-se céticas.

"Não estou vendo nenhum plano específico para aumentar os investimentos. Sem isso e sem trazer vôos diretos vindos dos EUA para o nordeste do Brasil, será fisicamente impossível atingir essa meta," afirmou Lopes à Reuters.

O nordeste brasileiro, uma região pobre, vive atualmente uma explosão na área de construção de hotéis. Algumas empresas européias estão realizando vôos charter direto para lá com turistas escandinavos, britânicos e espanhóis.

"Mas para fazer disso uma tendência temos de promover muito o Brasil e por um longo período. Assim, os que estão construindo hotéis agora saberão que não se trata apenas de uma onda sujeita a uma reversão", disse Carlos Barros, diretor da EI Destination Management Company, que trabalha com turistas europeus.


Autoria: Andrei Khalip

Fonte: Andrei Khalip